Redação Publicado em 10/05/2021, às 17h00
Jovens que estão vivenciando o ensino remoto estão dormindo mais tarde, porém a duração do sono não aumentou, mesmo economizando tempo de deslocamento. Essa informações vêm de uma nova pesquisa da Universidade Simnon Fraser (Canadá) publicada recentemente na revista PLOS ONE.
O estudo, realizado por psicólogos da instituição, comparou dados sobre hábitos de sono de 80 alunos, matriculados em um curso de verão em 2020, com informações coletadas de outros 450 estudantes do mesmo curso durante os semestres anteriores ao verão.
De acordo com os pesquisadores, há uma crença generalizada de que o sono, especialmente de jovens adultos, é insuficiente devido ao trabalho, à escola e às atividades sociais. Então, com a pandemia de Covid-19, tiveram uma oportunidade de testar essa ideia.
Os alunos participantes mantiveram diários durante duas a oito semanas, preencheram questionários e forneceram relatórios escritos. Além disso, cada um também contou com um rastreador do sono acoplado no pulso para coletar os dados necessários.
A equipe descobriu que os estudantes que aprenderam remotamente durante o verão de 2020 foram para a cama, em média, 30 minutos depois do que os alunos de antes da pandemia. Os resultados mostraram que eles dormiram com menos eficiência e tiveram um tempo de sono menor à noite e maior durante o dia.
Apesar de não terem aulas cedo e 44% menos dias de trabalho em comparação aos estudantes matriculados nos semestres anteriores, os estudantes à distância, no geral, não dormiram mais. Para os pesquisadores, o que foi observado chama-se atraso coletivo do tempo de sono, ou seja, as pessoas vão para a cama e acordam mais tarde.
Como consequência desse comportamento, houve uma redução acentuada na exposição à luz natural, especialmente no início do dia. A equipe relatou que as mudanças na duração do sono foram uma surpresa, visto que a tendência vai na direção oposta à ideia de que jovens adultos dormiriam mais se tivessem tempo.
Os jovens classificados como “corujas noturnos” tiveram impacto positivo maior no sono por não precisarem acordar tão cedo para a aula. Já os jovens com hábitos matinais pareceram mais propensos a ter respostas negativas ao ir para a cama mais tarde do que o habitual.
O sono desempenha um papel importante no funcionamento imunológico e na saúde mental. Segundo os pesquisadores, um conselho importante para os alunos ou qualquer pessoa que esteja trabalhando de casa é tentar sair e fazer atividades no início do dia, pois a luz da manhã ajuda a estabilizar o relógio biológico. Tais atitudes ajudam a melhorar o sono e permitem que a pessoa se sinta mais descansada e com energia para o dia seguinte.
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