Da Redação Publicado em 01/12/2020, às 20h00 - Atualizado em 02/12/2020, às 13h37
O ator canadense Elliot Page, conhecido também como Ellen Page, anunciou em seu perfil no Instagram que passou pela transição de gênero, na tarde desta terça-feira (1º).
O artista, que fez participações nos filmes ‘Juno’, ‘X-Men’ e ‘A Origem’, publicou um longo comunicado sobre sua decisão.
”Gostaria de compartilhar que eu sou trans. Meus pronomes são ele/eles e que meu nome é Elliot. Eu me sinto sortudo por estar escrevendo isto. Por estar aqui. Por chegar neste lugar na minha vida”, começou.
Mesmo sendo grato, Elliot afirmou que não foi fácil se assumir e tem receio do que pode acontecer após sua revelação.
”Minha felicidade é real, mas é frágil. A verdade é que, embora eu me sinta profundamente feliz agora e tenha noção dos meus privilégios, eu também tenho medo. Tenho medo da invasão, o ódio, as ‘piadas’ e da violência”, relatou.
Ele ainda enfatizou os índices de discriminação contra pessoas trans e acusou políticos por não fazerem mais pela comunidade: “Vocês incentivam uma onda de ódio vil e humilhante que cai sobre os ombros da comunidade trans, onde 40% dos adultos já tentaram suicídio. Chega! Você não está sendo ‘cancelado’, está machucando pessoas. Eu sou uma dessas pessoas, e nós não ficaremos calados diante desse tipo de ataque”.
”Eu abraço totalmente quem eu sou. Quanto mais eu sonho, mais meu coração cresce”, finalizou.
Elliot é reconhecido por seu forte ativismo pela comunidade LGBTQ+ e já chegou a entrevistar o presidente Jair Bolsonaro, que viralizou nas redes sociais.
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A revolta de Ellliot enfatiza como jovens LGBTQ+ querem ter maior acesso a tratamentos para saúde mental. As principais barreiras para o acesso são custo, permissão dos pais e estigma.
Evidências claras mostram que a população que não se identifica como heterossexual é mais vulnerável a transtornos como ansiedade, depressão, abuso de substâncias e até ao suicídio, devido ao constante estresse causado por situações de bullying, preconceito ou conflitos com a família.
Infelizmente, a discriminação ainda existe, o que torna muito difícil para jovens LGBTQ+ se assumirem. Mesmo que muitos estudos mostrem que a atitude tem impacto positivo para a saúde mental, sabemos que essa decisão deve ser tomada apenas quando a pessoa estiver segura e se sentir pronta.
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