Redação Publicado em 05/07/2021, às 19h00
Uma pesquisa mostra que um aumento de 60% no número de norte-americanos que se identifica como LGBTQIA+ de 2012 a 2020, passando de 3,5% para 5,6%. Entretanto, esse crescimento tem sido fortemente concentrado entre adultos mais jovens – a chamada geração Z – entre os quais, atualmente, quase 16% se identificam como LGBTQIA+.
Estudos anteriores já tinham mostrado que o número de adultos norte-americanos que se identificam como LGBTQIA+ está crescendo.
Nesse contexto, um relatório recente – publicado na revista JAMA Pediatrics – aponta para um aumento substancial da identificação entre os estudantes do ensino médio. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) com 41.884 alunos de 15 a 17 anos, realizada de 2015 a 2019.
Os participantes foram questionados sobre a sua orientação sexual, bem como se já tiveram alguma experiência com outra pessoa do mesmo sexo. De acordo com os resultados, durante os quatro anos de pesquisa, a identificação como gay, lésbica ou bissexual aumentou 41,4% no geral, passando de 8,3% para 11,7%.
O aumento registrado foi maior entre as meninas do que os meninos. De maneira mais específica, a identificação LGB cresceu 46% entre as estudantes do sexo feminino, em comparação com 28% entre os do sexo masculino.
Além disso, as meninas também pareceram mais propensas a se identificar como LGB no geral: em 2019 (o ano mais recente disponível), 17,8% delas se identificam como lésbicas ou bissexuais, em comparação com 5,7% dos meninos.
Confira:
Curiosamente, apesar da mudança nos dados sobre a identificação, não houve alterações estatísticas significativas relacionadas às experiências com pessoas do mesmo sexo. Vale a pena notar que o número de indivíduos que relataram esse tipo de vivência foi maior do que a quantidade de pessoas que se identificaram como LGB durante todas as fases da coleta de dados.
Por exemplo, enquanto 11,7% da amostra global foi identificada como LGB em 2019, 13,3% contaram ter tido uma experiência com outra pessoa do mesmo sexo.
As descobertas do estudo mostram que a identificação LGBTQIA + está em ascensão entre os adolescentes dos EUA, assim como já ocorre entre os adultos, no país — e os números podem continuar a aumentar à medida que a aceitação dessas minorias sexuais cresça ainda mais.
Vale lembrar que a sexualidade pode ser fluida até certo ponto e que identidades, atrações e comportamentos mudam com o tempo para algumas pessoas. Assim, também é possível que nem todos que se identificam como LGBTQIA + agora o façam por toda a sua vida.
O estudo apresenta algumas limitações, incluindo o fato de que as únicas identidades LGBTQIA + que os entrevistados poderiam relatar eram gays, lésbicas e bissexuais. Assim, o número verdadeiro que se identifica como LGBTQIA + é provavelmente maior.
Além disso, o "contato sexual" não foi definido para os participantes, por isso não está claro a quais comportamentos específicos as pessoas estavam se referindo quando mencionaram uma experiência com o mesmo sexo. Assim, alguns podem estar falando apenas sobre beijar ou tocar, enquanto outros podem estar falando sobre ter tido relações sexuais.
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