O barulho é de pum, mas a origem é outra. Conhecido com o pomposo nome de "flato vaginal", o fenômeno acontece durante o ato sexual com muita frequência, mas, mesmo assim, deixa grande parte das mulheres constrangidas, principalmente aquelas que nunca passaram pela situação e são pegas desprevenidas.
A vagina é uma cavidade, por isso é normal que entre ar durante a penetração do pênis. Dependendo da posição e da dilatação do canal vaginal, esse ar que entrou pode sair sob pressão, causando aquele barulho que se assemelha ao “pum” de verdade, que é eliminado pelo ânus. Entretanto, o flato vaginal não tem cheiro. É um fenômeno puramente físico (que não tem relação com o que a pessoa come). E que fique claro para os homens: é impossível controlar!
Dependendo da posição durante o sexo, qualquer mulher pode passar pela situação, qualquer que seja a idade. Mas algumas podem ter uma propensão maior, como por exemplo aquelas que tiveram partos normais e, por isso, têm uma dilatação maior do canal vaginal.
Além disso, mulheres que passaram da menopausa também podem ter uma tendência maior, já que a redução na produção hormonal pode levar ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico. Nesse aspecto, a chamada ginástica íntima ou a fisioterapia pélvica podem trazer benefícios. Mas, de novo: jovens também podem ter os tais "gases vaginais".
Existem algumas posições sexuais que podem facilitar a entrada e saída de ar, tornando o "pum vaginal" mais provável. Posições em que a penetração é mais profunda, como quando a mulher está de quatro ou deitada com os joelhos sobre o abdômen, são as mais comuns.
Evitar essas posições resolve? Pode ser, mas será que vale a pena se privar disso ou daquilo por causa disso? O melhor, mesmo, é relaxar, curtir a relação e encarar eventuais barulhinhos como algo que faz parte do sexo.
Dr. Jairo Bouer
Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr