Redação Publicado em 24/05/2022, às 14h00
Os jovens passam boa parte de seu tempo usando telas digitais. Nesse cenário, um grupo de pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca tentou responder à seguinte pergunta: o uso desses dispositivos realmente afeta o engajamento das crianças na atividade física ou está apenas substituindo outros comportamentos sedentários?
Para responder ao questionamento, o estudo – publicado na JAMA Pediatrics– contou com 89 famílias, 181 crianças e 164 adultos, alocadas aleatoriamente em dois grupos. Uma parte precisou entregar seus smartphones e tablets por duas semanas e reduzir o uso de tela recreativa para menos de três horas semanais. Já o grupo de “controle” foi instruído a continuar com seus hábitos rotineiros de tela. A atividade física diária dos participantes foi avaliada objetivamente ao longo de duas semanas.
Segundo os pesquisadores, os resultados mostraram que as crianças do grupo de intervenção de redução de tela tinham uma média de 45 minutos a mais de atividade física diária em comparação com as do grupo controle.
A diferença entre os grupos foi maior nos finais de semana, quando as crianças do grupo de redução de tela tiveram uma média de 73 minutos a mais de atividade física em comparação com as do grupo controle.
Para a equipe, as descobertas sugerem claramente que passar muitas horas usando telas digitais desloca algumas atividades em que as crianças se movimentam mais. Assim, é importante que as famílias criem o hábito do uso saudável e equilibrado desses dispositivos no ambiente doméstico.
Os pais também fizeram parte do estudo. Adultos de meia-idade ou jovens são tipicamente menos ativos fisicamente durante o seu tempo livre em comparação às crianças. Além disso, o uso recreativo de dispositivos de mídia de tela dessa parcela é, pelo menos, tão alto quanto o dos pequenos.
No entanto, para a surpresa dos pesquisadores, não houve diferença significativa no movimento diário durante o lazer entre adultos no grupo de redução de tela e no grupo controle.
Confira:
De acordo com os pesquisadores, uma explicação potencial para esse resultado está no fato de os adultos serem menos espontâneos em seu comportamento de atividade física em comparação às crianças.
Embora os achados sugiram que reduzir o tempo de tela não tenha efeitos positivos tão acentuados em adultos quanto em crianças, ainda é importante para eles equilibrarem esse hábito. Pesquisas anteriores já mostraram que o uso de tela parental em casa está fortemente associado com o tempo de tela das crianças. Assim, uma redução entre os pais pode ser uma chave para equilibrar o uso dos pequenos.
Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde com o principal objetivo de conscientizar sobre a importância de incorporar os exercícios físicos no dia a dia, são inúmeros os benefícios para crianças e jovens de seis a 17 anos que se mantêm ativos:
Além disso, quando um jovem desenvolve o hábito de praticar atividades físicastem mais chances de manter a prática ao longo da vida e, consequentemente, viver melhor e de forma mais saudável.
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