Todos nós sabemos da importância de realizar exames periodicamente evitando surpresas desagradáveis em relação à saúde. Mas mais do que isso, o cuidado e a atenção durante a relação sexual são imprescindíveis; porém, acidentes acontecem e todos estamos sujeitos a passar por situações e exposições de risco. Caso você tenha se exposto ao risco de contrair HIV, é direito seu procurar atendimento médico para realizar testes e consultas, mas é importante saber algumas informações antes.
O Sistema Único de Saúde, como forma de ampliar a testagem e o diagnóstico precoce do HIV, oferece aos usuários a possibilidade de realizar o teste em casa, para saber se está com o vírus circulante ou não no organismo. Em geral, os Centros de Testagem e Acolhimento (CTA) oferecem o serviço a quem procura de forma simples, rápida e nada burocrática. Na cidade de São Paulo você encontra os serviços que disponibilizam o autoteste neste link: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/istaids/index.php?p=24517.
Também é possível encontrar o autoteste de HIV nas farmácias, mas a um preço que gira em torno de R$ 80 a R$ 90 reais (valores praticados na cidade de São Paulo).
Basicamente, é um exame que você faz em você mesmo com algumas gotinhas de sangue e um material específico, com todos os cuidados e seguindo o manual de instruções. Você pode, portanto, buscar esse exame em algum CTA e ir para onde você tenha mais privacidade e segurança para realizá-lo.
O Brasil, por ser signatário das metas 90-90-90 de HIV/Aids no mundo decidiu ampliar a testagem e as formas de realização. Muitas pessoas que se expuseram ao risco de contrair HIV não procuram os serviços de saúde para a realização do teste por medo e vergonha, já que, infelizmente, o HIV e Aids ainda são muito estigmatizados. Então, ofertar a possibilidade e a facilidade de a pessoa adquirir o material e fazer o teste em casa amplia o conhecimento do status sorológico e garante, em caso de o teste ser positivo, tratamento precoce.
Confira:
O médico infectologista Bernardo Porto Maia, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, esclarece que os testes são confiáveis e tão importante quanto obter um possível diagnóstico precoce é procurar atendimento especializado para iniciar o tratamento, em caso de sorologia positiva.
“Os autotestes, amplamente disponíveis em farmácias e centros de saúde, têm alta sensibilidade e especificidade. Os resultados são confiáveis, como testes de triagem à infecção pelo HIV. Invariavelmente, os testes de diferentes fabricantes, todos possuem orientações sobre a interpretação dos resultados e contato telefônico para mais informações, caso o resultado seja positivo. O importante, diante de um autoteste positivo para o HIV é buscar atendimento em saúde para confirmação diagnóstica, com novo exame”, esclarece o médico.
Por fim, mas não menos importante, para a realização de qualquer teste de HIV (autoteste, teste rápido) é preciso ter algumas informações em mente. A seguir, o médico Jairo Bouer responde a algumas perguntas sobre o tema.
Fiz sexo sem proteção. Depois de quanto tempo eu devo fazer o teste de HIV? Quais são as opções?
Os testes que dosam os anticorpos contra o HIV precisam de pelo menos 30 dias, que a gente chama de janela imunológica. É o tempo que o organismo, o corpo da gente, demora para produzir os anticorpos contra o vírus, para que eles possam ser detectados pelos testes que dosam esses anticorpos.
E quais são as opções existentes?
Hoje existem várias opções de testes que dosam anticorpos, ou seja, que checam a presença de anticorpos contra o vírus HIV. Há os testes rápidos, que dão o resultado em um intervalo de 15 a 30 minutos, e são encontrados nas UBS (Unidades Básica de Saúde), nas unidades de pronto-atendimento e nos centros de testagem e aconselhamento.
Ou seja, se você teve um comportamento suspeito, de risco, e você quer saber se está tudo bem com você, é importante que, trinta dias depois dessa relação, você procure um desses locais para fazer o teste. Os autotestes também devem ser realizados respeitando esse intervalo de, aproximadamente, 30 dias, já que detectam os anticorpos produzidos pelo HIV, quando presentes no organismo.
Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Site Doutor Jairo.
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Anderson José
Estudante de medicina na Ufac (Universidade Federal do Acre), autor do podcast Farofa Médica e da página de Instagram @oiandersao