5% de todos os cânceres do mundo estão associados ao HPV

A transmissão do vírus acontece principalmente por via sexual

Dr. Jairo Bouer Publicado em 25/06/2024, às 14h00

A maior parte da popução adulta já entrou em contato com o HPV em algum momento da vida - iStock

O HPV (Papilomavírus Humano) não é um único vírus e, sim, uma grande família de mais de 200 subtipos de vírus, sendo que alguns deles podem causar verrugas em diversas partes do corpo, inclusive na região anogenital, e outros causam lesões que podem evoluir para uma série de tipos de cânceres, como o câncer de colo de útero.

A transmissão acontece principalmente por via sexual e, hoje, o HPV é considerado um dos principais causadores de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) em todo o mundo. Estima-se que mais de 80% da população adulta vai entrar em contato com o HPV antes dos 45 anos. Pelo menos 12 subtipos de HPV são oncogênicos, trazem maior risco de desenvolvimento de lesões que se não forem identificadas e tratadas podem leva a cânceres.

O HPV é o responsável, por exemplo, por 99% dos casos de câncer de colo de útero, um dos tipos de câncer mais frequente entre mulheres no Brasil. O HPV também pode causar outros tipos de câncer, como do pênis, vulva, vagina, ânus e garganta ou orofaringe. Estima-se que 5% de todos os cânceres do mundo estão associados ao HPV.

Alterações nas células

Como mencionado, a maior parte dos adultos já entrou em contato com o HPV em algum momento da vida. Na maioria das vezes, a infecção não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações nas células que podem evoluir ao longo dos anos para um câncer.

As alterações produzidas pelo vírus podem ser identificadas no exame preventivo, Papanicolau, realizado pelo médico, além de técnicas modernas que identificam a presença do material genético, o DNA desse virus em nosso corpo. A maior parte das lesões são curáveis, quanto antes o diagnóstico, mais fácil tratar e maiores as chances de sucesso.

Por isso, todas as mulheres devem consultar o ginecologista periodicamente. E, também por isso, é tão importante prevenir. Além de proteção no sexo com uso de preservativo, mesmo que ele não proteja 100% das infecções, e visitas regulares ao médico, a mulher deve ir ao ginecologista ao menos uma vez por ano, e o homem pode consultar um urologista e um proctologista.

Existe também uma vacina altamente eficaz contra o HPV. Informe-se com seu médico.

Este conteúdo é uma parceria com o Estadão

 

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