Jairo Bouer aponta alguns comportamentos que podem caracterizar o consumo de bebidas alcoólicas
Redação Publicado em 03/11/2021, às 18h30
“Doutor, desconfio que meu filho está bebendo. Que sinais eu posso procurar?”
Alguns sinais são muito comuns quando um jovem começa a beber, por exemplo:
Todos esses fatores podem indicar que o jovem está tendo contato com bebida alcoólica. Alguns desses sinais são comuns na adolescência em si, assim como outros comportamentos também são frequentes e característicos de pessoas que usam outros tipos de substâncias.
Mas, o mais importante é: conversar e abrir um canal de diálogo e de comunicação. É essencial que os pais tentem entender o que está acontecendo e, caso esteja difícil para o jovem lidar com essa questão do consumo de álcool, – principalmente se isso acontecer de forma abusiva, antes dos 18 anos de idade ou estiver colocando ele em situações de risco – o ideal é conversar com profissionais de saúde mental para um tratamento adequado da situação.
A ideia por trás da proibição do consumo de álcool por menores está em proteger os jovens dos efeitos nocivos da bebida em um período da vida em que estão mais vulneráveis tanto do ponto de vista biológico como emocional.
A adolescência é uma fase da vida de muitas transformações físicas e mentais. O cérebro amadurece e há intensas mudanças na organização dos neurônios. Conexões estão sendo feitas e refeitas o tempo todo em diversas áreas relacionadas às emoções e ao comportamento.
Confira:
Se o álcool entra na vida do jovem nesse momento, ele pode interferir em alguns circuitos como, por exemplo, no mecanismo que controla prazer e recompensa. Assim, se ele bebe e essa é uma experiência prazerosa ou que alivia alguma emoção negativa, corre o risco de essa associação ficar “gravada”.
Assim, no futuro, quando ele quiser aliviar algum desconforto emocional ou estiver buscando alguma forma de satisfação, ele pode buscar no álcool esse “atalho”.
Não é à toa que jovens que começam a beber mais cedo podem ter um risco maior de desenvolver padrões mais complicados de consumo de álcool, como abuso ou até mesmo dependência.
Do ponto de vista emocional, essa é uma fase da vida em que o jovem, em função das mudanças corporais e comportamentais rápidas, pode enfrentar questões de autoestima, insegurança, medo, ansiedade, necessidade de aceitação e encontro com valores que não somente aqueles aprendidos em casa. Muitas vezes, ainda não há maturidade e nem experiência para lidar com tudo isso e pode sofrer com essas dificuldades.
Se o álcool entra na equação como um elemento de alívio nesse momento de incertezas, existe a possibilidade de o jovem passar a enxergá-lo como um facilitador, ou, ainda, como uma espécie de “passe livre” para um mundo ainda desconhecido. E aí, a chance de o uso esporádico e recreativo migrar para um padrão de uso frequente ou nocivo tem um risco maior de acontecer.
Como resultado, ele pode passar a consumir álcool, muitas vezes de forma exagerada, sem ter muito controle e enfrentando riscos importantes para sua saúde.
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