A vacina ajuda a reduzir as chances de câncer de colo de útero
Redação Publicado em 12/09/2022, às 14h00
A vacina contra o HPV (papilomavírus humano) é muito importante e a recomendação é que seja tomada antes do início da vida sexual. Além disso, na adolescência, a resposta imunológica do corpo é ainda melhor quando comparada à fase adulta. No entanto, isso não significa que pessoas adultas também não possam tomá-la.
Para as mulheres, existem pesquisas clínicas que mostram que benefícios da vacina do HPV até para aquelas que tomam aos 45 anos de idade”, comenta Jairo Bouer.
Ou seja, mesmo com mais idade e a vida sexual já ativa, é importante tomar a vacina, pois ela terá algum nível de proteção, mesmo que menor.
Saiba mais:
O ideal é que a vacinação seja feita o mais cedo possível, antes de a pessoa começar a sua vida sexual. Isso porque, vacinando precocemente, a criança fica imunizada antes de um contato com o vírus do HPV.
Assim, quanto antes acontece essa proteção, menores são os riscos de verrugas genitais ou lesões que, eventualmente, podem evoluir para um câncer.
No Brasil, desde 2014, o Ministério da Saúde implementou no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacinação gratuita contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 10 a 14 anos de idade.
Confira:
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa faixa etária foi justamente escolhida por apresentar maior desempenho na produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.
A vacina disponível no programa brasileiro de imunização é a quadrivalente, que protege contra os dois principais tipos de HPV associados ao câncer (tipos 16 e 18), além de outros dois tipos mais associados a verrugas genitais (tipos 6 e 11).
Um estudo feito na Suécia - e publicado no The New England Journal of Medicine - acompanhou mais de 1,6 milhão de mulheres e mostrou que a vacina contra o HPV foi capaz de reduzir em 88% os casos de câncer de colo de útero.
O trabalho envolveu meninas e mulheres que tinham de 10 a 30 anos de idade em 2006, um ano antes da introdução da imunização no país. A coleta de informações foi concluída em 2017 e a análise foi coordenada por equipes do Instituto Karolinska, da Universidade de Lund, e da Agência de Saúde Pública da Suécia.
Os achados revelaram que o câncer de colo de útero foi diagnosticado em 19 mulheres que receberam a vacina quadrivalente de HPV e em 538 que não foram imunizadas. Segundo os pesquisadores, o resultado reflete a grande eficácia da vacina.
Vale lembrar que esse tipo de câncer é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres brasileiras, depois do câncer de mama e o colorretal, de acordo com o INCA. Além disso, é o quarto tipo de tumor que causa mais mortes.
Em algumas regiões com menor acesso a exames preventivos, como é o caso da região Norte do Brasil, a doença mata mais que o câncer de mama.
Como não existe câncer de colo de útero sem o vírus, a combinação da vacina com o rastreamento da doença, que é realizado com exames regulares de papanicolau e testes de HPV, pode levar à eliminação desse tipo de tumor, além de reduzir muitos outros casos de câncer em homens e mulheres.
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