Jairo Bouer explica se isso é mito ou verdade
Redação Publicado em 26/10/2021, às 12h00
“Álcool pode melhorar a vida sexual?”
Jairo Bouer explica que esse é um mito em que muitas pessoas acreditam, pois muitas pensam que ao beber vão conseguir diminuir a ansiedade e vão ter uma performance sexual melhor.
“Normalmente, esse efeito inicial de redução da ansiedade rapidamente é substituído por sonolência e dificuldade de controle de impulsos e respostas”, comenta o médico. “Dessa forma, o desempenho pode ser muito pior com o consumo de bebida alcóolica”.
Ouça a resposta completa:
Antes de explicar por que beber com moderação é a melhor escolha, é importante a gente tentar definir o que é um consumo moderado. Esse conceito varia entre os países e entre as diversas instituições que trabalham com consumo de álcool. De maneira geral, não existe um padrão de consumo que seja totalmente seguro para todas as pessoas.
Tem gente tão sensível ao álcool que mesmo o ato de beber pequenas quantidades pode levar a alterações significativas de comportamento. Para elas, talvez não beber seja a melhor ideia. Mas, para a maior parte da população adulta, o consumo moderado gira em torno de uma “dose padrão” de álcool por dia para mulheres e duas para homens.
No Brasil, não existe um conceito de dose padrão, mas uma porção padrão. Para efeito de rotulagem nutricional aceita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são 10 gramas de álcool puro, que podem estar em uma latinha de cerveja de 330 mL, num cálice de vinho de 100 mL, ou, ainda, em uma dose de destilado de 30 mL. Assim, o homem que bebe, por exemplo, dois copos de cerveja por dia e a mulher que bebe uma dose de destilado estariam dentro de um padrão moderado.
Confira:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda diz que para estar dentro de um padrão de consumo moderado, a ingestão de álcool não deve acontecer de forma diária e, sim, com pelo menos dois dias sem beber na semana. Também é central lembrar que algumas situações, como ter menos de 18 anos, estar grávida, usar outros medicamentos com efeito no sistema nervoso central e conduzir um carro não admitem consumo moderado. Nesses casos, beber álcool não deve acontecer em nenhuma hipótese.
Só mais um dado para você não se confundir: há uma outra classificação que explica que beber mais de três doses para mulheres e mais do que quatro para homens em uma única ocasião sinaliza um padrão abusivo de consumo (que em inglês se chama de binge drinking).
É importante falar de consumo abusivo porque esse é o jeito de beber que mais traz riscos para a saúde e para a sociedade. A pessoa que bebe demais em um curto espaço de tempo pode ficar mais agressiva, violenta, se cuidar menos, enxergar menos riscos e colocar outras pessoas em situações perigosas.
O mais importante é se conhecer, percebendo alterações no padrão, junto com o consumo. Algumas situações características são:
Tudo isso pode sinalizar que você está passando ou já passou do ponto. Um problema adicional é que a bebida pode alterar nossa capacidade de avaliar o estado em que a gente realmente está – e esse pode ser um fator complicador.
Por isso, é importante saber como o próprio corpo se comporta com a ingestão do álcool e valorizar a opinião dos colegas, principalmente se esse erro de avaliação já aconteceu antes. E, se há mudança de comportamento, é melhor parar, ingerir alimentos e alguma bebida sem álcool, como água e sucos.
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