Médico tira dúvidas sobre bebidas alcoólicas e explica por que algumas pessoas ficam bêbadas mais facilmente
Redação Publicado em 26/06/2021, às 10h00
Provavelmente você já reparou que algumas pessoas são mais “resistentes” à bebida enquanto outras ficam bêbadas com facilidade. Mas por que essas reações são tão diferentes?
Jairo Bouer começa explicando que a OMS (Organização Mundial da Saúde) não estabelece nenhum “nível seguro” de consumo de bebida alcoólica, mas o que se sabe é que uma pessoa que bebe mais de duas doses por dia e não consegue ficar sem beber pelo menos dois dias da semana pode estar sob maior risco.
“Além disso, a OMS define o que a gente chama de binge drinking, que é o beber em exagero, como sendo cinco doses em uma mesma ocasião para os homens e quatro doses para as mulheres. Então, esse já seria um padrão mais pesado de consumo”, comenta o médico.
Muita gente pode considerar alguns tipos de bebida como “mais forte”, mas Jairo explica que isso não existe. “Bebida é bebida. Não é porque é destilado ou fermentado que uma é mais forte do que a outra. O que existe é uma diferença na concentração de álcool nas bebida”.
Ele explica que o comum é trabalhar com a chamada “dose padrão”, ou seja, uma lata de cerveja, por exemplo, equivale a um cálice de vinho, que por sua vez equivale a uma dose de destilado.
Confira:
“Se a gente for pensar nessas quantidades e nessas bebidas diferentes, não existe uma mais forte ou mais fraca. Elas são equivalentes”.
Isso varia muito e pode ter até um fator genético que explique. Mas o fato é que sim, algumas pessoas são mesmo mais resistentes ao álcool, porém, Jairo alerta: “mesmo uma pessoa mais resistente pode ter variações ao longo de sua vida, dependendo do contexto emocional e até da situação em que ela se encontra”.
Não, isso é um mito! O que importa é a quantidade total de álcool que está presente na bebida. Vale lembrar também que o sabor da bebida, como por exemplo uma mais doce, não embriaga mais facilmente.
“O que pode acontecer é que uma bebida mais doce, misturada a energético ou açúcar, por exemplo, pode mascarar o gosto do álcool, e isso pode fazer com que a pessoa acabe bebendo mais do que ela planejava”, explica Jairo.
Sim! Se seu estômago estiver cheio, a absorção de álcool acaba acontecendo de uma maneira mais lenta e, portanto, o impacto da bebida no organismo vai se distribuir de uma maneira mais homogênea. Já se o estômago estiver vazio, o álcool é absorvido mais rapidamente.
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