Seguidor conta que só percebeu o rompimento quando tirou o pênis da vagina e que a parceira tomou a pílula do dia seguinte
Redação Publicado em 11/11/2022, às 18h00
“Doutor, tive relação com a minha namorada e no meio da relação a camisinha rompeu. Percebi quando fui retirar o pênis para ejacular (não curto ejacular mesmo com camisinha dentro da vagina). Ficamos com medo e acabamos recorrendo à pílula do dia seguinte. Alguns dias depois de tomar a pílula, ela teve um sangramento que durou três dias. A relação foi alguns dias depois da menstruação dela e um dia antes eu me masturbei e ejaculei. Não sei se isso tem algo a ver, mas meu corpo consegue repor os espermatozoides nesse meio tempo? Era para a menstruação dela descer a dois dias atrás, será que é por causa do remédio? Estamos muito nervosos”
Em primeiro lugar, é fundamental manter a calma. Como o homem não ejaculou dentro da vagina, o risco de gravidez já era muito pequeno. Mesmo assim, o casal decidiu fazer uso da pílula do dia seguinte e a menstruação veio três dias depois, o que sinaliza que o medicamento fez o seu papel. Com isso, as chances de uma gestação - que já eram muito remotas - ficaram mais improváveis ainda.
Em relação ao atraso da menstruação relatado e sentido posteriormente, provavelmente está sendo causado pela pílula do dia seguinte, que detém uma dose muito mais alta de hormônios e pode bagunçar o ciclo menstrual da mulher.
Para encontrar o óvulo, o espermatozoide precisa estar envolto em um conjunto de líquidos chamado sêmen – ou esperma – e esse fluido deve ser depositado dentro do canal vaginal. Sendo assim, só há duas maneiras de engravidar: ejaculação dentro da vagina sem nenhum tipo de proteção – por exemplo: o homem estando sem cueca, a mulher sem calcinha e ambos não usarem nenhum método contraceptivo – ou introdução dos dedos sujos de sêmen dentro do canal vaginal.
A pílula do dia seguinte é um método de emergência para evitar uma gravidez indesejada em casos de esquecimento ou falha do método contraceptivo convencional. É um recurso importante para situações em que a camisinha estourou, a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional, fez sexo desprotegido ou mesmo em casos de violência sexual.
Confira:
Entretanto, seu uso deve ser exceção e nunca regra. A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar efeitos colaterais, como irregularidade menstrual.
O recomendado é que a pílula seja usada apenas uma ou duas vezes no ano, no máximo. Se tomada mensalmente, ela aumenta o risco de problemas, trazendo uma chance mais alta de câncer, se a mulher já tiver essa predisposição, ou risco maior de trombose.
Vale lembrar que a pílula do dia seguinte tem como base o hormônio levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética que, em doses altas, inibe ou adia a ovulação. Assim, para evitar uma possível gravidez, ela deve ser tomada o mais rápido possível, pois sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo.
O ideal é que ela seja ingerida nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual, período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas após o sexo desprotegido.
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