Redação Publicado em 09/08/2022, às 21h00
“Doutor, fiquei viúvo na pandemia e estou perto de me aposentar. Não queria me sentir inútil e ficar o tempo todo em casa. Como eu posso me planejar?”
Em algum momento, todos nós iremos nos deparar com essa mesma situação: vou me aposentar, e agora? O primeiro ponto importante, nesse caso, é entender como a pessoa está em seu processo de luto após perder um ente querido. O luto é capaz de complicar essa transição do trabalho para a aposentadoria.
Assim, seria válido realizar uma autoanálise, perceber como está se sentindo em relação à perda e se é necessário ou não buscar a ajuda de um profissional de saúde mental. Essa é uma questão extremamente sensível dada a grande mudança que existe entre parar de trabalhar e se aposentar.
Depois disso, ao decidir que é hora de se aposentar, várias expectativas, experiências e realidades individuais devem ser levadas em consideração. Como fica esse processo na cabeça do indivíduo? Ele precisa parar de trabalhar totalmente ou pode fazer uma redução gradual da carga de trabalho?
Para algumas pessoas, que estão cansadas, estressadas, esgotadas e não aguentam mais trabalhar, esse momento da aposentadoria – que não deixa de ser uma mudança radical – pode ser muito significativo. Para outras, essa transição mais gradual será menos impactante do ponto de vista das mudanças e das alterações de estilo e rotina de vida.
Confira:
A aposentadoria não significa que chegamos ao final da vida, muito pelo contrário, é o início de uma nova fase em que a pessoa pode aproveitar mais tempo disponível para realizar coisas que ela não tinha a oportunidade de fazer antes.
Ou seja, dá para continuar sendo bastante produtivo mesmo depois de se aposentar. Claro que é preciso um planejamento, afinal, em muitos casos, há uma diminuição do aporte financeiro e é preciso redimensionar alguns gastos e perspectivas de vida.
Além disso, em um momento de aposentadoria, em que a pessoa tem mais disponibilidade, o contato social e a proximidade com amigos, colegas e família é essencial, oferecendo a oportunidade de troca que antes não existia.
Ter uma rotina e planejamento também ajuda. Ter horário para acordar, uma programação estabelecida para o dia seguinte ou planejar uma viagens e encontros, todas essas questões são fundamentais.
Para terminar, independente de estar trabalhando ou aposentado, o indivíduo deve prezar pela sua qualidade de vida, mantendo os cuidados com a própria saúde. É uma nova fase que pode exigir um tempo maior de adaptação, mas tem potencial para ser um período rico, de muita troca e aprendizado.
Se a pessoa perceber que não está legal, está se sentindo para baixo e que essa transição de estilo de vida não está lhe fazendo bem, é importante procurar um profissional de saúde mental.