Redação Publicado em 19/04/2022, às 18h00
“Doutor, quando internar uma irmã com problemas psiquiátricos? O médico falou que a internação seria importante para protegê-la, mas eu acho que ela nunca vai me perdoar se eu fizer isso. O que eu decido?”
Esse é um dilema enfrentado por muitos familiares, amigos e parcerias de alguém que está lidando com um transtorno psiquiátrico.
Em geral, hoje, a psiquiatria aconselha que o tratamento seja feito de forma ambulatorial, ou seja, a pessoa segue a sua vida e rotina. Caso não possa sair de casa, ela fica mais restrita no ambiente domiciliar por algum tempo, mas o tratamento é todo feito em consultórios, clínicas e unidades básicas de saúde. Mas, em algumas situações, a internação pode ser importante.
Por conta do quadro psiquiátrico, a pessoa pode se machucar, deixar de comer ou tentar suicídio, por exemplo. Em contextos assim, pode-se pensar em uma internação na tentativa de proteger o indivíduo.
Outra indicação de internação é quando a pessoa que sofre com algum tipo de transtorno psiquiátrico começa a apresentar um comportamento muito violento e agressivo. Por exemplo, ela pode estar em um quadro psicótico, tem uma ideação de perseguição e ouve vozes que a mandam agredir outra pessoa. Essa situação pode acontecer e estaria colocando a vida de outros indivíduos em risco por conta dessa violência.
Confira:
Então, na tentativa de proteger a pessoa ou, por conta de uma alteração de comportamento, preservar também quem está ao redor dela, a internação pode ser necessária. Normalmente as internações são feitas das formas mais breves possíveis, até que o indivíduo consiga se sentir melhor a ponto de não se colocar ou não colocar outras pessoas em risco.
Na situação compartilhada pela seguidora, o ideal é conversar com o médico, explorar todas as possibilidades de tratamento e entender bem a necessidade de internação. Essas informações ajudarão a debater com a paciente a possibilidade de ela ser internada.
Em geral, a pessoa enxerga na internação um momento de alívio para aquele sofrimento e angústia, porém, em outras situações, resiste muito porque não quer sair da sua casa, perder a liberdade, tem medo de ser taxada de louco e por aí vai. Assim, é possível encontrar uma série de resistências pelo caminho.
Outro ponto que pode ajudar é que haja uma discussão familiar com o paciente e com o médico sobre a importância da internação para que a responsabilidade não recaia sobre uma única pessoa.
Em um primeiro momento, quem está enfrentando um quadro psiquiátrico pode ficar chateado e não querer perdoar, mas, depois que passa a fase mais aguda, há uma melhora e a pessoa vai entender por que foi tomada essa decisão e como esse momento foi importante para a segurança dela e dos outros.
Essa nunca é uma decisão fácil e é muito importante que os familiares também tenham apoio. Não é só cuidar, a gente precisa ser cuidado também.