Como saber se meu filho precisa de terapia?

Jairo Bouer explica quais sinais podem indicar que o jovem precisa de um acompanhamento psicológico

Redação Publicado em 03/03/2022, às 14h00

Se algo está diferente ou incomodando, o ideal é procurar ajuda de um terapeuta - iStock

"Doutor, como saber se meu filho precisa de terapia?"

Para começar a falar sobre essa dúvida, Jairo Bouer diz em um tom bem-humorado:

Costumo brincar que a psicoterapia não faz mal a ninguém, não tem contraindicação e que todo mundo, em algum momento da vida, se beneficiaria desse processo, principalmente nas fases mais complicadas”. 

Mas como saber quando uma criança ou um adolescente precisa de psicoterapia?

A transição para a adolescência

É fundamental entender que, na transição para a adolescência, existe uma mudança importante de padrão de comportamento. E, mesmo quando o jovem já é um adolescente, há oscilações comportamentais importantes.

Assim, terão dias em que o adolescente vai querer ficar sozinho, em outros vai preferir socializar mais. Em uns estará mais ou menos falante e outros acordará bem-humoradoEssas oscilações são comuns e frequentes.

Confira:

Vale lembrar que, com a pandemia, o jovem ficou muito mais tempo em casa, e esse isolamento acabou fazendo com que ele tivesse mais dificuldade em diversos pontos da vida, como interagir com os colegas ou ter um bom aproveitamento na escola

A gente pode ter tido um impacto importante da pandemia na vida dessas crianças e adolescentes”, enfatiza Jairo. 

Como começar a desconfiar da necessidade da terapia?

Se existe algum padrão de comportamento que está dificultando, de alguma forma, a vida do jovem, a terapia pode ser aconselhada. 

Questões como dificuldade de interação social, ficar muito tempo em casa, baixo desempenho escolar e dificuldades de interagir com os pais podem dificultar sua vida ou fazer com que ele se coloque mais em situações de risco. 

Toda mudança comportamental que parece ‘ter vindo para ficar’, que toma conta da vida desse jovem, impactando, de alguma forma, essas habilidades cognitivas e sociais, são questões que podem ser, eventualmente, melhores ou mais rapidamente resolvidas com uma terapia”.

O psiquiatra explica ainda que, muitas vezes, os pais subestimam a capacidade de seus filhos de perceberem que não estão bem. Se a família construiu um canal de comunicação dentro de casa, em que o jovem se sente à vontade para falar e discutir o que está sentindo, esse caminho fica mais fácil. 

Além disso, para crianças e adolescentes que vivem cada vez mais inseridos em um ambiente digital, as postagens nas redes sociais também podem sinalizar algum tipo de sofrimento e a necessidade da ajuda de um terapeuta.  

 

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