Contraceptivos: o que é "uso típico" e "uso perfeito"?

Isso é importante para estimar a eficácia dos métodos para evitar uma gravidez indesejada

Dr. Jairo Bouer Publicado em 20/05/2023, às 10h00

Quando se fala em contraceptivos, a melhor escolha é aquela com a qual você consegue se adaptar bem - iStock

Uma das maiores preocupações das mulheres é a eficácia de determinado método anticoncepcional. Qual a chance de ele falhar?

Vamos pensar na pílula, por exemplo. Para “medir” essa eficácia, a mulher precisaria fazer o uso perfeito (ou ideal) da pílula, ou seja, tomá-la exatamente como prescrito. Assim, ela não deveria esquecer nenhum comprimido da cartela, deveria usar a pílula sempre no mesmo horário, etc.

Uso típico x uso perfeito

Nem todo mundo consegue fazer esse uso perfeito, e assim surge o conceito do "uso típico", ou seja, como o método é usado na realidade, mesmo que de forma irregular ou inconsistente.

Em geral, os métodos hormonais são altamente eficazes, com risco de falha bem baixo, da ordem de 0.05% a 0.3% no período de um ano. Essa pequena margem de falha pode acontecer porque nenhum método, nenhuma tecnologia, é 100% perfeita.

Agora, na vida real, essas taxas de falha acabam sendo bem maiores, exatamente porque as pessoas não seguem o método de maneira perfeita. Assim, voltando ao exemplo da pílula, o risco de falha no uso ideal é de 0.3%, já com o uso típico, essa taxa salta para 9%, ou seja, um risco de falha 30 vezes maior.

Alguns métodos hormonais que não dependem de a pessoa se “lembrar” de tomar todos os dias para garantir sua eficácia podem ser mais indicados para quem se esquece com frequência, como por exemplo o DIU com hormônio ou os implantes, os dois métodos hormonais menos sujeitos ao erro humano.

Busque o melhor método para você

Por isso, quando se fala em contraceptivos, a escolha do método é uma decisão pessoal, e a melhor escolha para uma pessoa é aquela com a qual ela consegue se adaptar bem.

Se você está usando um método e começa a enfrentar dificuldades em se lembrar de tomá-lo ou usá-lo de forma adequada, talvez o melhor seja conversar com seu ginecologista para pensar em uma possível troca.

Ficou com mais alguma questão?  Se ficou, escreve para a gente e lembre-se: procure um ginecologista com quem você se sinta confortável, tendo todo o suporte necessário, sem julgamentos, e com o máximo de acolhimento.

Este conteúdo é uma parceria com a Oya Care.

 

 

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