Leitora explica que roeu a unha, ficou com uma ferida e um homem com quem se relacionava ejaculou sobre o local
Redação Publicado em 06/08/2021, às 14h42
“Doutor, roí a unha, deu aquela machucadinha básica na pele e aí um cara veio e gozou bem no lugar do machucado. Tem risco de infecção?”
O risco de infecções, principalmente quando o assunto é a preocupação com o HIV, consiste na relação desprotegida. Ou seja, o sexo anal e vaginal são as práticas que apresentam maiores chances de transmissão e contaminação.
Um machucado na pele, possivelmente, já tem uma certa cicatrização. Assim, eventualmente, entrar em contato com o esperma após a ejaculação não causa maiores riscos de infecção.
De qualquer forma, vale sempre tomar cuidado e procurar ajuda médica caso a pessoa tenha algum tipo de dúvida nesse sentido.
A síndrome da imunodeficiência adquirida – mais conhecida pela sigla em inglês "Aids" – é uma doença infectocontagiosa transmitida pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana).
Por atacar o sistema imunológico e deixar o corpo vulnerável a uma série de doenças, receber um diagnóstico de Aids foi, por muito tempo, encarado como sentença de morte. Com todos os avanços da medicina, hoje é possível evitar a doença e conviver com o vírus da mesma forma que se trata qualquer condição crônica. É preciso seguir o tratamento corretamente e tomar uma série de cuidados, mas o HIV não impede ninguém de ter uma vida longa e plena.
A evolução do tratamento antirretroviral, porém, não diminuiu a importância das medidas para se evitar a transmissão do vírus - e ainda há muitas dúvidas em relação ao assunto. Por isso, reunimos alguns fatos sobre a transmissão do HIV:
Para o vírus do HIV ser adquirido, ele precisa entrar na circulação sanguínea. Portanto, se não existe nenhum tipo de ferida na pele, o simples contato com sangue ou com outros fluidos contaminados não é suficiente para contrair o vírus.
Na prática, as principais situações de risco para transmissão do HIV são:
A principal via de transmissão do HIV é a relação sexual com penetração. Isso porque, na hora do sexo, é comum haver microtraumas nas mucosas dos órgãos sexuais e isso facilita a entrada do vírus presente nos fluidos e secreções.
Confira:
Em tese, o sexo oral também pode abrir as portas para a transmissão do HIV, principalmente se a pessoa apresentar lesões na boca, como gengivites, aftas ou qualquer outro tipo de ferida. O risco é bem baixo – estima-se que seja de apenas 0,005% – mas, mesmo assim, ele existe. Sem contar outras infecções possíveis pelo sexo oral, como herpes, sífilis, gonorreia, HPV etc.
Apesar de o risco de transmissão desse vírus da mulher para o homem ser inferior ao inverso (do homem para a mulher) ou, ainda, ao risco de transmissão entre homens, pessoas do sexo feminino podem sim transmitir o vírus do HIV para as do sexo masculino.
Dessa forma, um homem pode contrair o vírus ao ter relações desprotegidas com uma mulher que convive com o HIV e não tem sua carga viral indetectável.
No sexo entre mulheres, o risco de transmissão desse vírus é muito baixo, mas não é nulo, e também há outras infecções que podem ser transmitidas dessa forma, como HPV, herpes, sífilis e clamídia, entre outras.
As chances disso acontecer são baixíssimas. Seria necessário que houvesse um sangramento visível. E, se a pessoa estiver com uma afta na boca, por exemplo, só há risco de transmissão através do beijo se a lesão estiver sangrando.
Nesse caso, o risco de transmissão é praticamente nulo. Isso porque, quando uma pessoa com HIV realiza o tratamento corretamente, a quantidade de vírus no corpo (a carga viral) pode alcançar um nível tão baixo que se torna indetectável.
Para que a redução da transmissão sexual do HIV seja efetiva, o indivíduo precisa ter uma adesão excelente à terapia antirretroviral, estar indetectável há pelo menos seis meses e monitorar a carga viral com regularidade.
É importante pontuar que, mesmo seguindo o tratamento à risca, o ideal é manter o uso de camisinha, que protege contra as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, mesmo com a redução a quase zero na quantidade de vírus no corpo, é fundamental manter as medidas de prevenção.
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