Por que o "beijo grego" em homens ainda é um tabu? Jairo Bouer comenta

Nesta semana, o ex-BBB Wagner Santiago teve um vídeo vazado em que aparece recebendo o famoso “beijo grego” de uma mulher, ou seja, sexo oral na região do ânus.

O vídeo em questão havia sido gravado para sua conta do OnlyFans, um site em que é possível pagar para ter acesso a conteúdo íntimo e exclusivo das outras pessoas, e gerou uma série de comentários nas redes sociais.

Sobre isso, em entrevista para o UOL, Wagner disse: 

Pleno 2021 e as pessoas chocadas com um beijo grego entre pessoas, dispostas, em desconstrução, e felizes pela liberdade que podem dar a seus corpos. Isso é inadmissível. Não gostava de ter minha sexualidade reprimida, sempre lutei contra isso. Me sinto à vontade com meu corpo, com minhas vontades e com a liberdade que dou a quem está comigo”.

Comportamentos sexuais definem sexualidade?

O episódio é um bom mote para pensar sobre uma questão importante: por que – até os dias de hoje – o comportamento sexual de uma pessoa ainda traz uma discussão sobre sua orientação sexual?

O fato de alguém curtir fio terra ou beijo grego, por exemplo, significa que esse indivíduo é bissexual ou homossexual? A resposta é não. Ser adepto ou gostar de determinada prática sexual não tem nenhuma relação com a sexualidade de alguém. 

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Os comportamentos sexuais são diversos, as pessoas são livres e podem sentir prazer explorando as partes de seus corpos, e isso não define a orientação sexual. 

A sexualidade é definida pelo desejo e pela atração. Assim, se um indivíduo sente desejo por uma pessoa do mesmo sexo, ele pode ser homossexual, bem como se sente atração por pessoas dos dois gêneros, ele pode ser bissexual. 

Porém, o fato de uma prática específica determinar uma orientação sexual é uma “lenda urbana” e não existe. Vários homens heterossexuais curtem fio terra ou beijo grego e não há nenhum problema nisso.