A região íntima da mulher possui uma microbiota própria, ou seja, um conjunto de micro-organismos que, quando em equilíbrio, é capaz de proteger contra a invasão de agentes externos e, assim, manter a região íntima saudável, reduzindo o risco, por exemplo, de corrimentos e infecções.
Em uma escala de 0 a 14, onde -7 é ácido e +7 é básico ou alcalino, esse pH da vagina é ácido, oscilando entre 3.8 e 4.2. Essa acidez protege a vulva e a vagina contra micro-organismos nocivos e ajuda o sistema de defesa a reparar a barreira de proteção natural da pele.
Hábitos adequados de higiene íntima são cruciais para não alterar esse pH e manter a pele da vulva mais saudável. Isso inclui o uso de água corrente e de produtos detergentes que removam as secreções e não agridam a vulva e a vagina.
É bom lembrar que boa parte dos sabonetes possuem sulfatos em sua composição. Por serem bastante adstringentes, esses compostos vão na contramão da ideia de proteção da vulva e da vagina, já que podem prejudicar a microbiota, causar irritação e alergias, entre outras situações desconfortáveis.
Assim, escolher produtos suaves, com ativos naturais que respeitem o pH natural é uma ótima medida para quem quer proteger sua saúde íntima. Converse com seu ginecologista sobre essas alternativas e faça as melhores escolhas.
Este conteúdo é uma parceria com Nuaá.
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Dr. Jairo Bouer
Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr