Segundo dados da UNAIDS, cerca de 38 milhões de pessoas convivem com o HIV
Milena Alvarez Publicado em 03/12/2022, às 12h00
Há mais de 40 anos os primeiros casos de HIV (vírus da imunodeficiência humana) e Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) surgiam nos Estados Unidos e davam início a uma luta sobre conscientização.
Segundo um relatório da UNAIDS, estima-se que, atualmente, 38 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV e, em 2021, foram registradas aproximadamente 1,5 milhão de novas infecções em todo o globo. Ao longo dos anos, observamos muitos avanços, mas esse ainda é um assunto cercado por questionamentos.
Por isso, separamos cinco dúvidas frequentes que todo mundo precisa saber para ajudar na conscientização e no combate à doença:
O HIV é o vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids), ou seja, é possível uma pessoa se infectar com o vírus HIV, mas nunca desenvolver a doença propriamente dita. O HIV é um retrovírus [armazena suas informações genéticas no RNA e não no DNA, como a maioria dos seres vivos] classificado na subfamília dos Lentiviridae.
A Aids surge quando o vírus consegue "vencer" as nossas defesas e infecções oportunistas, como pneumonia e tuberculose, começam a aparecer.
Resumindo: Aids é uma doença causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico do paciente infectado, mas nem todos aqueles com diagnóstico positivo para o vírus desenvolverão a doença.
A pessoa pode passar anos com o vírus do HIV sem apresentar nenhum tipo de sintoma, ou seja, muitas vezes ela nem desconfia que está infectada. Perda de peso, febre frequente, suor excessivo e gânglios são alguns dos sinais que podem surgir quando se desenvolve a doença.
Por isso, se alguém teve uma relação sexual sem proteção, é muito importante fazer o teste. Mas qual é o momento certo de fazer? Entre a exposição ao vírus HIV e a produção de anticorpos, o organismo demora, em média, de 15 a 30 dias para reagir contra o vírus. Ou seja, para um diagnóstico fidedigno, afastando a possibilidade de ocorrer falso-negativo, a pessoa que se expôs deve procurar realizar o teste após esse período, conhecido como janela imunológica, já que os testes sorológicos detectam o anticorpo no organismo.
É possível realizar o teste rápido em algum Centro de Testagem e Aconselhamento que compõe a rede de tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) do Ministério da Saúde. O resultado do teste rápido sai em algumas horas. Elisa e Western Blot são testes que também podem detectar o HIV e, comumente, são solicitados pelo médico na suspeita da doença.
Confira:
Uma pessoa com sorologia [exame do soro sanguíneo] positiva para o HIV e que faz o tratamento antirretroviral (Tarv) corretamente será indetectável [carga viral em níveis muito baixos] em questão de tempo. Mas isso não significa que ele sumiu “para sempre”, apenas que ele deixou de circular e está controlado. Quando mais cedo se inicia o tratamento, melhor. A pessoa se protege e protege os outros também, já que o vírus indetectável não é transmitido.
Vida normal. Os antivirais avançaram muito nos últimos anos e quase não provocam efeitos colaterais. Obviamente é sempre melhor prevenir a infecção e não precisar tomar remédio. Mas os medicamentos garantem excelentes qualidade e expectativa de vida.
Pessoas que convivem com o HIV e/ou Aids estão sendo significativamente discriminadas de várias maneiras: podem ser submetidas à separação de seus pertences pessoais por membros da própria família, evitadas fisicamente pela comunidade em que vivem, além de passarem por rejeição e não serem atendidas pelos profissionais de saúde.
O estigma e a discriminação sobre a doença podem levar as pessoas que convivem com ela a ocultarem a sua condição e se isolarem, dificultando ainda mais o acesso a importantes serviços de saúde.
Mesmo com a melhora dos tratamentos e da qualidade de vida das pessoas que convivem com a condição, essa questão do estigma e da discriminação ainda parece ser muito prevalente, levando ao baixo acesso a serviços de saúde e a profissionais menos familiarizados com a forma de gerenciar e de interagir com pacientes por conta do medo de contraírem o vírus – formando um ciclo vicioso do preconceito.
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