Redação Publicado em 06/12/2022, às 21h00
“Doutor, é normal um homem gostar de ser penetrado pela esposa com consolo e cinta?”
Essa é uma pergunta que oferece várias possibilidades de análise. A primeira e, talvez, a mais importante é: o que um casal faz na intimidade não é “da conta de ninguém”, ou seja, devem ser negociados e discutidos os limites apenas pelas pessoas que compõem essa relação.
Se o parceiro gosta de ser penetrado durante as relações sexuais com consolo e cinta, e a parceira está cômoda com a ideia (e não mais preocupada com o que os outros vão pensar do que com seus próprios sentimentos), não há nenhum problema. Essas decisões e escolhas são da esfera única e exclusiva do casal.
Vale lembrar mais uma vez que é essencial que a mulher saiba até que ponto ela se sente confortável com isso:
Não basta você estar atendendo uma demanda e expectativa do desejo dele. É importante que você também esteja bem nesse papel”, alerta Jairo Bouer.
Outro ponto que pode estar implícito nessa pergunta é: “Será que o fato dele gostar de ser penetrado durante o sexo significa que ele pode ter uma orientação bissexual ou homossexual ou, ainda, está com a parceira apenas para atender uma expectativa social?”.
Confira:
Nesse caso, também é importante reforçar que a questão da orientação homo ou bissexualestá relacionada com os sentimentos da pessoa, para onde vai o desejo e o interesse dela do ponto de vista de contato com outro indivíduo.
Um homem pode gostar de fazer fio terra ou ser penetrado, por exemplo, pelo simples fato ter prazer nessa região e se sentir estimulado, o que não tem nada a ver com a sua orientação sexual. É importante desfazer esse “tabu” já que, para muitas pessoas, gostar de estimulação anal significa que o homem necessariamente tem uma orientação bi ou homossexual, e isso não é verdade.
Para os profissionais de saúde, que lidam com epidemiologia ou com saúde pública, a classificação de “homens gays” ou “bissexuais” não é utilizada. Nesse caso, o termo usado é “homens que fazem sexo com homens”, representado pela sigla HSH.
Ao adotar o termo “HSH”, é aberto um caminho para várias classificações possíveis: homens gays que transam exclusivamente com homens, bissexuais, que mantêm relações sexuais com pessoas do sexo masculino e feminino, e aqueles que se consideram heterossexuais, mas que já tiveram ou às vezes vivenciam experiências com outro homem.
Essa classificação, do ponto de vista da saúde, é muito importante por englobar um grupo amplo, que pode estar se expondo a um determinado tipo de comportamento, risco ou relacionamento.