Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+; entenda a importância da data

O período é tempo de celebração, mas também de reafirmação sobre respeito e diversidade

Redação Publicado em 10/06/2021, às 18h00

Comentários homofóbicos fomentam o preconceito, a intolerância e a violência contra a população LGBTQIA+ - Arte

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ há mais de 50 anos. Em 1969 houve a famosa revolta no Stonewall – um bar localizado em Nova York (Estados Unidos) – em que os manifestantes, pela primeira vez, se revoltaram contra a violência da polícia pelo simples fato do estabelecimento ser frequentado pela população gay e transsexual. 

A partir desse episódio, junho tornou-se o mês dedicado à reafirmação do orgulho e do respeito à diversidade. Tradicionalmente o período é marcado por celebrações em todo o mundo - inclusive, no último final de semana, foi realizada a parada do orgulho LGBTQIA+ no Brasil de forma virtual, por conta da pandemia de Covid-19. 

Junho, portanto, é um mês para manifestar o orgulho, mas também cobrar mudanças de postura da sociedade para que não existam mais atitudes homofóbicas, discriminatórias e preconceituosas. 

O preconceito ainda existe

Na última semana, um grupo conservador de Rondonópolis (Mato Grosso) fez uma postagem no Instagram em que as pessoas seguravam um cartaz dizendo: “Ser homofóbico é uma escolha. Ser gay também”. Essa frase parte de duas construções que não apresentam nenhuma coerência. 

Confira:

1. Ser gay não é uma escolha

É muito importante enfatizar esse ponto: ninguém escolhe ser gay da mesma forma que ninguém escolhe ser heterossexual. As pessoas são o que são porque esse é o desejo original delas. Elas podem até tentar reprimi-lo, mas isso pode causar problemas de saúde e sociais. Ser homofóbico também não é uma escolha, mas sim um crime. 

2. Responsabilidade social

Ainda existe uma situação de violência extrema contra a população LGBTQIA+ no Brasil. O país é, pelo 12º ano consecutivo, o que mais mata as minorias sexuais em todo o mundo.

Frases como a estampada na faixa do grupo conservador também fomentam o preconceito, o estigma, a intolerância e a violência. No último final de semana, por exemplo, um jovem de 22 anos teve o corpo tatuado com ofensas homofóbicas e foi vítima de agressões e estupro coletivo por, pelo menos, três outros homens em Florianópolis (SC). 

Ao se publicar uma frase como “ser homofóbico é uma escolha”, se perpetua, portanto, esse tipo de violência. Por isso, todo o mês de junho é tão importante para a população LGBTQIA+, pois é mais um momento para se manifestar contra os crimes aos quais está submetida.

     

discriminação homofobia LGBTQIA+

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