Doutor Jairo
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Maconha pode ser um gatilho para crise de pânico?

Existem maconhas com doses mais altas de THC e mais baixas de CBD - iStock
Existem maconhas com doses mais altas de THC e mais baixas de CBD - iStock

“Doutor, maconha não é para deixar o cara de boa? Calmo e relaxado? Por que, às vezes, tenho crise de pânico depois de fumar?”

A maconha pode trazer impactos e sensações diferentes para cada pessoa. Apesar da proibição no Brasil, as pessoas fumam essa substância porque ela produz um certo nível de relaxamento e tranquilidade.

Porém, alguns apresentam uma sensibilidade maior aos componentes da maconha, o que pode sim desencadear uma crise de ansiedade e, até mesmo, um ataque de pânico. Para essas pessoas, a recomendação é não fumar.

Outra questão importante a ser discutida é que as maconhas atuais carregam níveis maiores de concentração de THC – componente da maconha responsável por fornecer a sensação de “viagem”. Ou seja, cada vez mais as maconhas são trabalhadas para que tenham uma quantidade maior de THC.

Além disso, há o CBD, que produz um certo controle de ansiedade e pode até ser usado de forma medicamentosa para episódios de ansiedade ou dificuldade de sono. Em algumas maconhas modificadas, o balanço entre as duas substâncias (THC e CBD) é muito impactado.

Portanto, existem aquelas maconhas com doses mais altas de THC e mais baixas de CBD, o que leva à perda de equilíbrio e, se a pessoa é mais sensível, isso também pode ser um fator adicional para a piora dos quadros de ansiedade.

Em resumo, se o indivíduo tem crise de ansiedade quando experimenta maconha, o mais recomendado é não fumar. Na dúvida, a melhor opção é sempre procurar um especialista para debater a situação. 

Confira:

O que é uma crise de pânico?

Uma crise de pânico é uma reação aguda de ansiedade que não tem um tempo de duração determinado, podendo acontecer por 15 ou até mesmo 40 minutos, por exemplo. Durante os episódios, a pessoa pode ter sintomas físicos extremamente desagradáveis, como:

  • Taquicardia;
  • Sudorese excessiva;
  • Falta de ar;
  • Sensação de desmaio; 
  • Dor de barriga (vontade de ir ao banheiro);
  • Formigamento da pele;
  • Dificuldade de perceber o que tá acontecendo em seu entorno. 

Além das sensações físicas, existe também um componente emocional atrelado, o que pode causar medo extremo, a impressão de estar morrendo ou perdendo o controle de si, uma sensação de desmaio ou até mesmo de que está enlouquecendo.

Quando essas crises de ansiedade começam a se repetir com certa frequência, o diagnóstico de síndrome do pânico pode ser considerado. O primeiro recurso neste caso é procurar um profissional de saúde mental que possa avaliar, diagnosticar e instruir o tratamento adequado. O tratamento para a síndrome do pânico passa por psicoterapia e, muitas vezes, envolve o uso de remédios que ajudam no controle e no tratamento da ansiedade.

Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez