Redação Publicado em 21/06/2022, às 19h00
“Doutor, meu filho de oito anos tem crise de ansiedade e passa mal nas aulas presenciais. O que eu faço?”
Essa é uma dúvida muito frequente, em especial após dois anos com as crianças confinadas devido à pandemia. Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que ansiedade e medo são reações comuns, ainda mais quando somos crianças, já que não temos maturidade para lidar com as situações ao redor. Com o tempo, aprendemos a administrar melhor esses sentimentos e a tendência é ficarmos bem quando estamos na escola, longe dos pais.
No caso do filho da seguidora, que já está em idade escolar e tem apresentado algumas dificuldades, seria importante conversar com ele para tentar entender quais são os medos, as ansiedades e as suas expectativas em relação ao momento que está vivendo. O ideal é tentar procurar a razão de estar tão difícil para ele lidar com essa volta à sala de aula.
Outra questão essencial é conversar com a escola para entender se há alguma situação específica acontecendo, ou seja, se a criança mudou de classe, se ela está com colegas novos com quem está tendo dificuldades de se relacionar ou se foi vítima de bullying.
Com essas conversas, talvez a mãe tenha mais elementos para levar o pequeno para uma avaliação com um profissional de saúde mental.
O corpo reage de forma muito específica aos sintomas de ansiedade: o organismo fica em alerta máximo, procurando por possíveis perigos e ativando as suas respostas de luta ou fuga. Como resultado, alguns sintomas comuns incluem:
Confira:
O medo e a ansiedade são comuns em crianças e, ao se aproximarem da fase escolar, elas tendem a se relacionar melhor com essa situação. Mas a pandemia alterou um pouco essa resposta: elas ficaram dois anos afastadas dos amigos e perderam habilidades de interação social; isso pode dificultar as coisas, gerando uma ansiedade adicional.
Outra opção é a criança estar vivenciando alguma situação parecida com uma crise de pânico ao estar na sala de aula. Talvez ela tenha um pouco de fobia social, ansiedade generalizada ou uma simples dificuldade de se adaptar a esse momento. Por isso, é importante conversar com ela, com profissionais da escola e, se necessário, levá-la ao profissional de saúde mental.
O que não dá para fazer é evitar que ela vá à escola. A criança precisa se reintegrar novamente ao ambiente escolar aos poucos, sendo fundamental que receba todo o apoio e suporte para conseguir se sentir bem na sala de aula novamente.
Não é fácil ver a sua criança sofrendo e isso pode provocar angústia nos pais, o que torna ainda mais importante criar todos esses canais de comunicação e procurar uma avaliação adequada.