Minha filha de 12 anos anda vendo pornografia; o que fazer?

“Doutor, a minha filha de 12 anos tem acessado conteúdo erótico com frequência. Devo proibir?”

Essa pergunta mostra um aspecto cada vez mais presente na vida dos jovens: o acesso à pornografia. Mas por que isso acontece? Em primeiro lugar, porque eles têm curiosidades naturais da puberdade e da adolescência. 

Além disso, com o acesso facilitado que a internet proporciona, não é surpresa que os jovens estejam buscando esse tipo de conteúdo com mais frequência. Muitas vezes eles até encaram a pornografia como uma possibilidade de decoberta do seu próprio prazer sexual, do seu corpo e até de lazer. 

Essa visão que o adulto tende a ter em relação ao pornô, de alguma forma, é um pouco diferente para o jovem que está fazendo descobertas e conhecendo esse universo. Aliás, parte dessa busca também pode estar relacionada com o vácuo que existe de diálogos sobre sexualidade nas famílias e nas escolas. 

A educação sexual dentro do ambiente escolar, por exemplo, é muito precária. É algo que diminuiu na maior parte das instituições brasileiras e os pais – sem tempo ou sem jeito – acabam também não conversando com os filhos. Assim, os únicos caminhos que eles têm são falar com os amigos ou acessar conteúdo erótico na internet.

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O que pode ser feito?

Em situações assim, o ideal, em primeiro lugar, é procurar se informar sobre o assunto. Existe uma série de sites, livros, manuais e cartilhas que orientam como conversar com os filhos sobre sexualidade. 

Assim, é importante que o adulto dialogue com o jovem mostrando as suas preocupações em relação ao tipo de conteúdo acessado. Muitas vezes esses são materiais misóginos, sexistas, que focam apenas no prazer masculino, reforçam estereótipos e conceitos machistas, bem como lidam com violências contra a mulher.

Proibir adianta? Não, provavelmente não. De alguma forma, por estarem curiosos, eles irão buscar essas informações em outro lugar e darão um jeito de driblar esses controles. Portanto, muito melhor do que proibir é abrir um canal de comunicação. 

Além disso, seria benéfico mobilizar-se com outros pais para pedir que a escola também se encarregue das discussões sobre sexualidade. Se essa demanda vier dos pais, provavelmente a instituição estará muito mais tranquila e confortável para discutir essas questões que sumiram das salas de aulas nos últimos anos.