Doutor Jairo
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Minha pele fica irritada quando chego perto de uma aroeira; é alergia?

As alergias, em geral, são responsáveis direta ou indiretamente por até 40% das consultas nos prontos-socorros - iStock
As alergias, em geral, são responsáveis direta ou indiretamente por até 40% das consultas nos prontos-socorros - iStock

“Doutor, minha pele fica muito irritada quando chego perto de uma árvore que se chama aroeira, principalmente na época da floração. Pode ser alergia?”

Sim, pode ser. A aroeira produz uma “pimentinha” vermelha que pode provocar em algumas pessoas um quadro alérgico. Se o indivíduo encosta na flor, na folha ou no fruto da árvore, por exemplo, acaba entrando em contato com certas substâncias (conhecidas como alérgenos), que desencadeiam um processo na pele, provocando coceira, incômodo e até inchaço nos lábios e nas mãos. 

O que fazer?

O ideal é evitar o contato mais próximo com a aroeira. Se isso não for possível, uma boa ideia é procurar um dermatologista, fazer testes de alergia e tomar, eventualmente, um antialérgico nos períodos de floração dessa árvore, especialmente se a pessoa vive em um lugar em que há uma grande quantidade. 

Confira:

Dicas para lidar melhor com a alergia

Não há nenhuma medida nem produto milagroso que possa eliminar todas as possibilidades de ter contato com coisas e situações que desencadeiam sinais e sintomas de alergia (alérgenos). Porém, as seguintes recomendações podem ajudar:

  • Se usar ar-condicionado, ajuste a temperatura acima de 22 graus Celsius. Temperaturas menores podem secar demais o ar e machucar a mucosa do nariz e dos brônquios;
  • Moradias fechadas concentram a umidade proveniente dos moradores e podem favorecer a proliferação de ácaros da poeira doméstica. Se você tiver aquecimento de ar ou ar-condicionado em sua casa, use filtros de alta eficiência e siga as agendas regulares de manutenção. Mantenha o ar interno relativamente seco com um desumidificador, porém, não menos de 20%. Concentrações de umidade acima de 45% contribuem para a proliferação dos ácaros;
  • Use um filtro portátil de ar particulado de alta eficiência (Hepa ou superior) no seu quarto;
  • Limpe o chão com frequência com pano úmido, secando bem depois. Se usar um aspirador de pó, assegure-se que ele tenha um filtro Hepa ou superior;
  • Se for alérgico aos pólens, ao planejar viagens, evite o campo nos meses de primavera, escolha destinos livres de pólens;
  • Verifique algum aplicativo para previsões e níveis atuais de pólen. Em um dia sem vento, os alérgenos aéreos ficam aterrados. Quando o dia está ventoso e quente, as contagens de pólen aumentam. Se altas contagens de pólen forem previstas, comece a tomar medicamentos para alergia antes que seus sintomas comecem;
  • Feche portas e janelas à noite, se possível, ou em qualquer outro momento quando a contagem de pólen estiver alta;
  • Evite atividades ao ar livre no início da manhã, quando a contagem de pólen for maior;
  • Fique dentro de casa em dias secos e ventosos. A melhor época para sair é depois de uma boa chuva, o que ajuda a limpar o pólen do ar. Condições secas e ventosas aumentam a quantidade de pólen no ar e a chuva a diminui;
  • Limite o tempo que passa ao ar livre, evite quando houver mais vento e os horários de início da manhã e no fim da tarde, quando a concentração de pólen no ar é maior;
  • Evite cortar a grama, puxar ervas daninhas e outras tarefas de jardinagem que agitem alérgenos. Fertilizantes e grama recém-cortada podem piorar os sintomas da asma. Use uma máscara facial se tiver que fazer essas tarefas externas;
  • Deixe seus sapatos na porta de casa. Remova as roupas que você usou lá fora. Tome banho e lave o cabelo antes de se deitar para enxaguar o pólen da pele e do cabelo;
  • Lave as narinas com sprays de soro fisiológico, ao menos antes de dormir, para diminuir a inalação do pólen;
  • Quando você morde uma determinada fruta, é possível que possa sentir coceira nas orelhas ou inchaço e urticária ao redor da boca. Essas reações podem ser o resultado da síndrome de alergia alimentar ao pólen, já que algumas frutas têm a mesma estrutura química que o pólen. Nem todo mundo com alergias ao pólen sofre dessa síndrome. A boa notícia é que você pode contornar a reação cozinhando a fruta;
  • Não pendure a roupa do lado de fora da casa — o pólen pode ficar nos lençóis e toalhas;
  • Na higiene de casa, prefira produtos de limpeza naturais, como vinagre ou bicarbonato de sódio (químicos fortes podem irritar o nariz e agravar os sintomas) e procure passar pano úmido no chão de casa todos os dias, mas não esqueça de enxugar bem o chão, com pano seco, depois;
  • Evite plantas verdes dentro de casa. Lembre-se, são os pólens de plantas verdes que são mais fáceis de inalar e provocar alergias;
  • Cuidado com alguns medicamentos. Pessoas  são alérgicas ao pólen da ambrósia às vezes têm reações alérgicas graves à equinácea, um suposto “estimulante imunológico”;
  • Evite ambientes fechados, com fumo de tabaco e/ou poluídos;
  • Velas de citronela e spray de insetos podem manter os mosquitos afastados, mas também podem desencadear um episódio de asma. Pode ajudar ficar a vários metros de distância de quaisquer velas com cheiro forte e, ao usar repelente de mosquitos, escolha loções sem cheiro em vez de sprays ou aerossóis;
  • Mudar para outro clima para evitar alergias geralmente nem sempre resolve — os alérgenos estão praticamente em todos os lugares;
  • A imunoterapia pode ser uma eficiente modalidade de tratamento; é o único que tem o potencial de curar a alergia respiratória especialmente aos ácaros da poeira doméstica ou rinite alérgica/asma induzida por pólen, além de evitar a anafilaxia pelo veneno de abelha;
  • Use medicamentos conforme prescrito. Seus medicamentos funcionarão muito melhor com o uso consistente. Se você tem asma, lembre-se de manter seu remédio de alívio rápido à mão em caso de crise. Uma ferramenta que pode ajudar a orientar seus planos de viagens é um medidor de pico de fluxo expiratório;
  • Converse com seu médico especialista e siga as orientações dele.
Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez