Redação Publicado em 01/10/2021, às 10h00
Quais os grandes temores das mulheres ao pensar no climatério? Se por um lado, a idade traz segurança e autoconhecimento, preocupações com a saúde hormonal costumam tomar conta do cenário a partir das primeiras alterações no corpo ou no ciclo menstrual, percebidas depois dos 35 ou 40 anos. No quinto e último episódio da série sobre a fase de transição entre a idade fértil e a menopausa, o psiquiatra Jairo Bouer conversa com mulheres de diferentes perfis e também com a ginecologista Maria Celeste Wender.
Na primeira parte deste especial, as convidadas contaram que se sentem muito melhor hoje, aos 40 ou 45 anos de idade, do que quando tinham seus 20 e poucos. Mas, infelizmente, algumas questões começam a surgir após os 35, 40 anos, como cabelo mais ralo, pele mais seca e uma dificuldade maior em manter o peso (abordadas no segundo episódio), alterações no sono e na disposição (terceiro episódio), além de mudanças no ciclo menstrual (quarto episódio).
Nesta última parte do especial, as convidadas comentaram suas expectativas para o futuro: “Espero que daqui a dez anos eu possa dizer que eu sou mais feliz e segura do que eu era aos 45”, diz Camila Dall’Agnol, de 45 anos. Assim como a experiência e o autoconhecimento fizeram com que ela se sinta muito melhor hoje do que na juventude, a ideia é que o mesmo aconteça dos 55 anos em diante.
Medo da menopausa? “Eu não tenho medo de parar de menstruar, é um ciclo que a gente tem que viver”, acredita Ivanete Rodrigues da Silva, de 47 anos, que espera se ver trabalhando com o mesmo pique de hoje daqui a dez anos. Ela conta que trabalhar no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) a fez evoluir muito como pessoa, a ser mais humana e valorizar o que é importante.
Daniela Mol Valle, de 40 anos, também se vê melhor. Mas ela tem alguns receios em relação à saúde porque sofre de trombofilia e não sabe se poderá fazer reposição hormonal na menopausa. “Minha mãe sofreu muito com os sintomas de climatério, eu me lembro de umas coisas que ela usou, de medicação, e eu sei que eu não posso usar”, lembra. De qualquer forma, ela tem priorizado a atividade física, o que vai beneficiá-la muito em todos os sentidos.
Também com a esperança de estar cada vez melhor, Adelaine Batista, de 42 anos, confessa que ainda deseja “ser mãe e estar numa família consolidada”, além de ter sucesso profissional e financeiro. E Salma Ribeiz, de 43 anos, espera continuar a fazer tudo o que tem feito, mas, se possível, ter mais tempo de se cuidar melhor, para a filha e para as sessões de ioga e meditação. "Espero continuar nesse caminho de poder ter a liberdade de escolher, de ser uma 'mulher desejante' e não só ficar atrás do que até então estava em voga, que era a mulher ser desejada", conclui.
A ginecologista Maria Celeste Wender traz um recado importante para as mulheres que estão em vistas de entrar numa transição para a menopausa: “É cuidar do seu bem-estar, não deixar para depois, aproveitar seu momento, cuidar de si (e não só dos outros)”, resume. Ela reforça que fazer atividade física precisa ser prioridade na rotina, e cita outras medidas saudáveis, como ter uma dieta equilibrada e cultivar bons relacionamentos.
Maria Celeste costuma usar a analogia do surfe nas aulas que dá sobre o enfrentamento dessas variações do climatério: “É conseguir passar, apesar da onda que traz aquele desequilíbrio”. Com maturidade e estilo de vida saudável, dá para encarar essa mudança com tranquilidade, ela garante.
Em relação ao uso de hormônios, a médica sugere cautela em relação a muita propaganda que existe por aí, nas redes sociais. Há muitos avanços nos produtos, como ela deixou claro nos episódios anteriores, mas é importante que a mulher procure um profissional de saúde experiente para ter segurança ao fazer qualquer escolha.