Redação Publicado em 29/05/2021, às 12h00
Doutor, esses tempos de relacionamentos virtuais e que precisam de aplicativos são demais para mim. Eu tenho a sensação de ter parado no tempo. O que eu faço?
A pergunta, que surgiu durante uma live entre os psiquiatras Jairo Bouer e Carmita Abdo, traz à tona a crescente tendência, principalmente entre os jovens, da utilização dos aplicativos de relacionamento como forma de encurtar distâncias e facilitar encontros.
Porém, muitas vezes, se a pessoa esteve em um relacionamento estável durante muito tempo e essa relação chegou ao fim, encontrar um mundo cheio de tecnologias e novidades pode ser realmente assustador.
Para Carmita, é importante não ficar distante das inovações, mas também é fundamental avaliar o quanto isso não é agressivo para a pessoa. “Se você não se sente confortável conhecendo alguém por meio do aplicativo, tudo bem. Ninguém é obrigado a fazer nada. Não comece alguma coisa que depois você não estará pronto ou pronta para terminar”.
Entretanto, a especialista enfatizou a importância de não desconhecer as novidades e tendências que estão surgindo, ainda mais em tempos em que as pessoas não necessariamente buscam alguém para continuar a vida de relacionamento, mas, às vezes, querem apenas um único encontro.
“Acho que tudo está valendo, desde que você se cuide e não pratique nenhum tipo de risco. Aqui não falo apenas do risco de gravidez ou de infecções sexualmente transmissíveis (IST), mas do perigo de se agredir e ir além do que é natural para você. Não faça aquilo que você não está pronto ou não cabe na sua forma de ser”, aconselha Carmita.
Confira:
Existem muitas formas de conhecer pessoas e encontrar alguém. Segundo Jairo, as redes sociais também são uma boa alternativa. “Você consegue conhecer pessoas, amigos de amigos e, às vezes, descobre uma grande companhia nesses ambientes”.
Carmita enfatiza ainda que a maior riqueza é poder escolher o lugar em que cada um se encaixa melhor e se sente mais confortável. A vida abre muitos caminhos e possibilidades: “Eu insisto para que a pessoa conheça tudo o que existe. Tem muita gente que é contra algo, mas não sabe nem o que significa. Só pelo simples fato de ser algo mais liberal ou moderno, já acha que não é legal. É importante saber do que as pessoas estão falando, esse também é um meio de adquirir conhecimento”.