Sim, o padrão de consumo de bebidas alcoólicas realmente pode mudar ao longo da vida. Existem fases em que a pessoa pode ficar mais suscetível a consumir álcool de uma forma abusiva, como na adolescência, quando os jovens podem recorrer ao álcool para lidarem com experiências e emoções negativas relacionadas à autoestima, à insegurança e à ansiedade.
As pessoas mais velhas também podem entrar neste grupo. Muitas vezes, elas perdem contatos sociais, vínculos com familiares, ficam viúvas, se aposentam e não conseguem se localizar no mundo depois que deixam o emprego. Essas questões podem ser um fator de risco para um consumo mais abusivo de bebida.
Assim, nesses dois extremos da vida (adolescência e velhice), existem maiores chances de seguir um padrão inadequado da ingestão do álcool.
Confira:
Em alguns momentos, quando o indivíduo está mais vulnerável do ponto de vista emocional, ele pode mudar seu padrão de consumo. Por exemplo, perdeu o emprego, tem uma relação complicada com os familiares ou está rompendo um relacionamento amoroso, tudo isso pode levá-lo a buscar o álcool como uma tentativa de aliviar essas sensações negativas.
Toda vez que a pessoa bebe para aliviar alguma emoção negativa, o risco de beber mal e abusar aumenta. Assim, o indivíduo que tem um uso responsável de álcool pode, em um período de maior vulnerabilidade, aumentar seu padrão de consumo e ter dificuldade de perceber que ele está mudando.
Então, muitas vezes, é o amigo, a família ou a parceria que precisa apontar para essa pessoa que o seu padrão de consumo mudou e que isso pode estar prejudicando a sua vida. Caso ela tenha dificuldade de perceber essa mudança, é importante buscar ajuda e suporte de uma rede de apoio ou profissionais de saúde mental, tendo acesso a recursos, diagnósticos e tratamentos que permitam que ela volte a ter uma relação mais saudável e tranquila com a bebida alcoólica.
Milena Alvarez
Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez