Decisão frustrou muitos que viam o Papa como uma figura progressista
Redação Publicado em 19/03/2021, às 17h25
Na última segunda feira, dia 15 de março, o Vaticano anunciou que padres e ministros da Igreja Católica não podem abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo a nota divulgada pela Congregação para Doutrina da Fé – órgão responsável por estabelecer diretrizes para os católicos – “Deus não pode abençoar o pecado”. Ainda de acordo com eles, não dá para Deus abençoar relações fora do ideal de matrimônio que, para a Igreja Católica, deve acontecer entre um homem e uma mulher.
Esse comunicado teve o aval do Papa Francisco e deixou muita gente frustrada. Isso porque o Papa vem, de alguma forma, manifestando uma visão progressista em várias direções e frentes, modernizando a Igreja Católica. Portanto, essa conduta gerou certa decepção entre alguns católicos, mas também em outros setores da sociedade como um todo.
Cada um deve, e tem pleno direito, de ter uma posição bem definida em relação ao assunto. Porém, o amor independe da orientação sexual, do gênero, da raça ou do credo da pessoa. Pode acontecer entre um católico e um judeu, uma católica e uma protestante, entre duas pessoas transexuais ou, ainda, entre gays e lésbicas.
A orientação sexual, a identidade de gênero, a religião e a raça não devem limitar o amor das pessoas. Nesse contexto, as religiões como um todo, não especificamente a católica, deveriam rever suas posições em relação a esses dogmas.
A maior parte das religiões afirma que dogma não se discute e deixam essa posição bem marcada. Porém, essas doutrinas têm dois, três, cinco mil anos, dependendo de qual for, portanto são reflexo do pensamento e do modo de vida de milênios atrás. Será que não precisam ser atualizadas? Será que as pessoas não mudaram?
Se a fé continua, se o acreditar em Deus permanece, se o amar as pessoas e esses comportamentos marcam tanto a humanidade, por que não acompanhar e evoluir junto com todas as mudanças e transformações que vêm acontecendo ao longo dos séculos?
Novamente, o amor não deve ter fronteiras ou qualquer tipo de limite. As igrejas ganhariam e muito ao conseguir traduzir melhor os avanços da sociedade para as suas práticas, posições e dogmas. Essa é uma questão muito importante, sob pena de que os fiéis se afastem da religião. Ou seja, se uma pessoa se sente desconfortável, discriminada e excluída dentro de determinada religião, como ela continua frequentando e participando dos cultos?
O importante é que, independente de sua religião, as pessoas se sintam em paz com aquilo que sentem, e, o mais importante de tudo: respeitem os sentimentos dos outros.
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