Redação Publicado em 27/09/2021, às 15h30
“Doutor, não consigo me conformar que no Brasil bebida alcoólica não é vendida para menores de 18 anos.”
Não é preciso se conformar ou não com essa realidade, mas sim entender o porquê da proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Essa restrição foi imposta no sentido de proteger os jovens contra os padrões mais nocivos de consumo de álcool, como abuso e dependência.
Em outras palavras, quanto mais cedo há contato com bebidas alcoólicas, maiores são os riscos de beber com muita frequência, desse consumo interferir na vida ou de se colocar em situações de riscos.
Por isso, a restrição é muito importante, já que a adolescência é uma fase marcada por algumas instabilidades emocionais e questões relacionadas ao desenvolvimento físico e psíquico. Por isso, é essencial que jovens estejam protegidos do consumo de bebida alcoólica antes dos 18 anos.
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Um trabalho apresentado recentemente no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia mostrou que, no período da adolescência e da juventude, quem bebe álcool em excesso pode desenvolver aterosclerose – o endurecimento das paredes arteriais. Esse é considerado um grande fator de risco para doenças cardiovasculares.
A pesquisa mostrou que quanto mais o indivíduo bebe, principalmente na adolescência e na juventude, maior é o risco de aumento na rigidez das artérias.
Para entender a gravidade disso, vale lembrar que a redução da elasticidade dos vasos sanguíneos é um processo natural durante o envelhecimento e que esse processo aumenta o risco de doenças cardíacas e de derrames ou AVC. No entanto, o estudo sugere que esse processo pode ser acelerado por hábitos como o de fumar e o de beber em excesso.
Na pesquisa foram avaliados 1700 participantes, entre 17 e 24 anos, com a faixa etária considerada complicada em relação ao consumo de bebida alcoólica, já que é a fase em que os adolescentes começam a beber e a fumar com mais frequência. O resultado do estudo mostrou que a rigidez arterial aumentou em 10% nos jovens de 17 aos 24 anos que consumiam bebida alcoólica em excesso – e esse índice foi ligeiramente maior entre as mulheres.
Esse resultado é importante por revelar uma realidade muito comum na vida de adolescentes que passam a beber com maior frequência, mesmo apesar das restrições legais, e estudantes das universidades. É uma faixa de idade que costuma achar que a sua saúde é imbatível.
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