Por que o consumo de álcool aumentou na pandemia?

Em live com Jairo Bouer, psiquiatra Camila Magalhães analisou as razões para esse aumento

Redação Publicado em 10/06/2021, às 20h00

O "beber pesado" já era um padrão de consumo de álcool entre os brasileiros - iStock

Recentemente, durante uma live no Instagram com Jairo Bouer, a psiquiatra Camila Magalhães comentou o fato de o Brasil ser um país que consome muito álcool e que esse consumo aumentou significativamente com a pandemia de Covid-19. 

De acordo com uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em 33 países e dois territórios das Américas, 42% dos entrevistados brasileiros relataram alto consumo de álcool durante o período de isolamento social. 

O país ficou na primeira posição, especialmente em relação ao chamado “beber pesado”, que é quando uma pessoa, em duas horas, faz um consumo muito elevado de algum tipo de bebida alcoólica.

“Isso já era um padrão dos brasileiros: um quarto dos que consumiam álcool já bebiam nesse padrão. O problema é que isso aumentou muito”, comentou Camila. 

Confira:

É uma forma de enfrentamento?

Como o brasileiro já bebia nesse padrão, ficar em casa parece que se tornou um facilitador. E, se os jovens entre 18 e 25 anos eram a faixa etária mais adepta ao “beber pesado”, esse foi também o grupo que mais diminuiu a frequência desse tipo de consumo. Portanto, outras faixas etárias aumentaram a ingestão de bebidas alcoólicas.

Mas não foi apenas o consumo de álcool que aumentou durante a pandemia, outros fatores problemáticos surgiram. “Milhões de pessoas em todo o mundo tiveram uma alteração importante no hábito alimentar. No Brasil, o que chamou a atenção não foi somente o consumo das bebidas alcoólicas por adultos, mas também o aumento do tempo de jovens e crianças em frente às telas”, falou Camila.

Segundo a psiquiatra, sejam alimentos, eletrônicos ou álcool, todos eles passam a sensação de que, imediatamente, são capazes de abrandar a ansiedade. O grande problema é que não são boas maneiras de lidar com essa questão. 

“Muitos disseram que estão trabalhando loucamente na pandemia e rendendo mais. É que dessa forma eles não precisam pensar e simplesmente encontram um jeito de enfrentamento que esteja ao alcance e que minimize um sofrimento”, finalizou.

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