Pré-eclâmpsia aumenta em 17 vezes as chances de parto prematuro

A prematuridade pode aumentar o risco de a criança desenvolver problemas de saúde e comportamentais

Redação Publicado em 09/12/2021, às 18h00

Todos os anos, cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros no mundo - iStock

Mulheres que deram à luz a um bebê prematuro após o desenvolvimento da pré-eclâmpsia apresentam 17 vezes mais chances de experimentar outro parto prematuro se a condição surgir novamente. É o que indica uma nova pesquisa da Universidade de Curtin (Austrália), publicada no British Journal of Obstetrics and Gynaecology. 

O estudo analisou mais de 125.000 pacientes que tiveram dois partos consecutivos entre 1998 e 2015. Vale lembrar que a prematuridade pode aumentar o risco da criança desenvolver problemas de saúde e comportamentais, como dificuldade de aprendizagem, deficiências motoras, diabetes, doenças cardiovasculares, infecções crônicas, entre outros. 

Em todo o mundo, são cerca de 15 milhões de bebês nascendo prematuros todos os anos. No Brasil, 340 mil crianças nascem antes da hora, o que representa aproximadamente 12% do total de nascimentos no país a cada ano.

De acordo com os pesquisadores, os achados mostraram uma forte ligação entre o nascimento prematuro e gestações marcadas pela pré-eclâmpsia, uma complicação da gravidez que geralmente é caracterizada por pressão alta, excesso de proteínas na urina e inchaço do corpo pela retenção de líquidos. 

Segundo os dados, quando a gestação foi complicada pela pré-eclâmpsia, o risco de um nascimento pré-termo (ou prematuro) seguido aumentou 10 vezes após um parto em que o bebê nasceu no momento certo e 17 vezes quando o primeiro nascimento também foi prematuro – os dois casos em comparação com mulheres que tiveram uma primeira gravidez sem complicações.

Confira:

Complicações na gravidez

O estudo ainda revelou que, até recentemente, ter um primeiro parto no tempo certo era considerado um risco reduzido para a prematuridade em uma próxima gestação. 

Entretanto, há evidências emergentes de que uma primeira gravidez complicada, independentemente de o bebê ter sido entregue precocemente ou não, aumenta o risco subsequente de um bebê nascer prematuramente.

Segundo os autores, as principais complicações analisadas incluíram a pré-eclâmpsia, abrupção placentária (o desprendimento da parede do útero) e morte perinatal (um natimorto ou uma morte neonatal nos primeiros 28 dias de vida).

Os pesquisadores explicaram que ter qualquer uma das quatro complicações em sua primeira gravidez coloca as mulheres em um risco aumentado de um parto prematuro na próxima gestação, independente de esse primeiro nascimento ter completado o tempo ou ser prematuro.

Da mesma forma, as mulheres cuja primeira gravidez terminou em um parto prematuro tiveram um risco aumentado para cada complicação em uma possível segunda gestação. 

Para a equipe, os achados podem ajudar os médicos a identificarem melhor as mulheres que estão sob risco aumentado de um parto prematuro ou complicações em suas gestações subsequentes.

Assim, novas pesquisas são necessárias para revelar quais são os caminhos específicos que explicam essas fortes ligações entre complicações da gravidez e nascimentos prematuros, sejam elas questões genéticas, patológicas ou comportamentais. 

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