Redes sociais ajudam ou atrapalham os relacionamentos?

Em live, Jairo Bouer comenta os impactos positivos e negativos da internet para a interação social

Redação Publicado em 05/05/2022, às 14h00

É observando o outro que podemos encontrar a nossa individualidade - iStock

Não dá para negar que a internet facilita muitas coisas. Compramos coisas em um clique e falamos com alguém do outro lado do mundo sem qualquer dificuldade. Mas será que a tecnologia mais ajuda ou atrapalha na hora de nos relacionarmos?

Essa foi uma das perguntas feitas a Jairo Bouer durante uma live no perfil do Tarja Rosa, que debateu diversas dúvidas sobre emoções e sexualidade. Segundo o psiquiatra, de uma maneira geral, as redes sociais mais ajudam do que atrapalham:

Elas são um ganho muito grande na nossa vida, muitas pessoas conhecem pessoas nas redes sociais, formam grupos e aprendem coisas novas. Elas têm um papel importante e, na pandemia, isso teve um peso ainda maior. As pessoas não ficaram com mais dificuldades por conta desse contato possível através da internet”, opina. 

Nem tudo são flores

Apesar de todos os benefícios de se manter conectado, Jairo alerta que o uso das redes sociais também pode trazer riscos e impactos negativos. Muitas pessoas acabam se expondo demais e enfrentam as consequências disso: há quem seja vítimas de cyberbullying ou, ainda, indivíduos que distorcem a sua percepção de realidade em função do que consomem na internet. 

As redes sociais são um espaço imenso e superimportante para a nossa vida, mas é preciso moderar. É preciso entender o que te faz bem, o que te faz mal e quando o uso está passando dos limites. Muitos estudos, inclusive, mostram que quem exagera no uso da internet pode ter um impacto negativo em suas emoções e saúde mental. Não podemos esquecer que a vida também acontece aqui fora”, alerta Jairo. 

O psiquiatra ainda lembra que não devemos perder de vista o fato de a vida nas redes sociais ser uma vida editada, onde as pessoas costumam postar apenas coisas boas. “Na rede social temos um avatar melhorado de nós mesmos, a grande questão é quando começamos a acreditar que esse avatar é a gente de fato.” 

Confira:

Quais os impactos de “se esconder” atrás da tela? 

O jovem que fica muito “fechado” dentro de casa em frente às telas e sem qualquer tipo de contato social acaba perdendo a dimensão que os conflitos e as questões que está enfrentando são absolutamente normais para outros tantos jovens.

O risco de ficar isolado é perder essa oportunidade de troca, de olhar para o outro, de aprendizado. Eu costumo dizer que, às vezes, a gente precisa do outro para entender quem somos no mundo. Pode parecer uma frase ambígua, mas é observando os outros que descobrimos a nós mesmos”, explica o psiquiatra. 

Segundo Jairo, uma pessoa busca – e encontra – a sua individualidade olhando para o outro. Às vezes isso acontece por oposição, ou seja, aquilo que ela vê no outro, rejeita e não concorda, ou por identificação, o que observa no outro e faz sentido para ela. 

Por isso é importante estimular o jovem a buscar esses contatos sociais, a interagir com o outro e a ficar em ambientes menos protegidos, sem ser dentro de casa, com a família, e com acesso a um único modelo de funcionamento.

É interessante fazer coisas sozinhos, que nos desafiam e são diferentes. Em um primeiro momento elas podem parecer assustadoras, mas, depois, a gente até gosta e quer repetir”, finaliza.           

 

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