Sofro com TOC e tenho muito medo de ISTs; o que fazer?

Seguidor conta que, nos momentos de intimidade, tem receio de ser contaminado por alguma doença

Redação Publicado em 23/03/2022, às 14h30

O TOC é um transtorno crônico caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões - iStock

“Doutor, eu sofro com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) por contaminação e fico muito tenso em situações de intimidade com minhas parceiras. Sempre fico achando que corro risco de me contaminar com alguma doença ou com HIV. Você poderia me ajudar?”

Em primeiro lugar, o que caracteriza o TOC? O Transtorno Obsessivo Compulsivo é um tipo de ansiedade na qual o indivíduo apresenta algumas preocupações desmedidas, exageradas e fora de proporção em relação à checagem, à limpeza ou ao risco de contaminação, por exemplo. Assim, passa a adotar certas compulsões (repetições de comportamentos) na tentativa de aliviar o sentimento de ansiedade e de angústia gerada pela preocupação original. 

Assim, quem tem TOC de contaminação fica com a sensação de que pode se contaminar a qualquer momento. Em casos como esse, a pessoa tende a, normalmente, desenvolver rituais de repetição, como lavar as mãos por muito tempo seguido, tomar banhos muito demorados, além de evitar tocar em maçanetas, locais públicos, corrimões e paredes. Tudo isso por medo de se contaminar. 

Na situação descrita pelo seguidor, o TOC de contaminação parece estar mais focado na questão sexual. Então, quando ele tem um momento de intimidade com a parceira, fica preocupado demais com o risco de se contaminar com uma infecção sexualmente transmissível (IST) e, provavelmente, não consegue relaxar, ficar tranquilo ou, até mesmo, tem dificuldades na esfera sexual.

Conheça, aqui, um pouco mais sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) 

Confira:

O que pode ser feito?

Do ponto de vista de comportamento, seria muito importante buscar um acompanhamento com um profissional de saúde mental. O psicólogo ou psiquiatra pode diagnosticar o TOC, avaliar o quadro e pensar no melhor tratamento ou medicamento. 

Uma terapia também ajuda, muitas vezes, a lidar melhor com as situações que geram essa tensão e preocupação exagerada para que, de alguma forma, o indivíduo consiga controlar melhor seus rituais e suas compulsões. 

Outra questão interessante é que, quando pensamos em um momento de intimidade e relação sexual, o uso de camisinha é uma medida recomendada para a prevenção de ISTs e do HIV. No caso de alguém que tem TOC, ela pode funcionar como uma camada adicional de benefícios, oferecendo uma sensação de segurança maior. O preservativo protege das ISTs e do HIV, por exemplo. 

Vale lembrar ainda que em momentos de intimidade, como masturbação mútua e proximidade, o risco de contaminação  é muito pequeno.  

HIV TOC ISTs tira dúvidas

Leia também

Quanto tempo depois da situação de risco o HIV pode ser detectado?


7 dicas para não errar na hora de usar camisinha


HIV/Aids: veja respostas para questões comuns e saiba como se proteger


4 mitos comuns sobre infecções sexualmente transmissíveis