Seguidora conta que não consegue mais ter relacionamento com ninguém por esse receio
Redação Publicado em 26/03/2023, às 16h00
Doutor, posso transmitir herpes genital sem estar numa fase aguda e usando preservativo? Depois que tive esse problema não consigo mais ter relacionamento com ninguém e isso já faz quatro anos.
A transmissão do herpes acontece basicamente nas fases agudas da infecção, ou seja, quando você tem aquelas bolhinhas, ou lesões, na região genital ou nos lábios. Nessas fases, o vírus está ativo no corpo e aí está o momento de maior risco de transmissão para uma outra pessoa. Isso vale tanto para herpes genital quanto para herpes labial.
Se você está fora de uma fase ativa, ou seja, se você não tem nenhum tipo de lesão, é muito, muito reduzido. Ainda mais se você usar preservativo, como você mencionou.
Por isso, não tenha medo. Procure o ginecologista para se informar sobre os riscos, use camisinha nas relações sexuais, e procure fazer sexo fora da fase em que você tem as lesões.
O herpes (ou “herpes simples”) é uma infecção bastante comum e contagiosa, provocada por dois tipos de vírus, o HSV1 (herpes simplex vírus tipo 1) e o HSV2. Segundo as sociedades médicas, cerca de 90% dos brasileiros já tiveram contato com um desses microrganismos.
Antigamente se dizia que o HSV1 – mais prevalente, era o vírus responsável pelo herpes oral ou labial (caracterizado por lesões bolhosas nos lábios, ou, mais raramente, na boca ou no rosto). Já o HSV2 era tido como causador do herpes genital, uma infecção sexualmente transmissível (IST) que provoca lesões no pênis, dentro ou ao redor da vagina, no ânus ou na pele ao redor.
“Hoje se sabe que, apesar de o primeiro tipo ter preferência pela região oral e o segundo, pela genital, esses vírus podem, sim, passar de uma parte do corpo para outra, basicamente pela prática do sexo oral”, explica o médico Jairo Bouer.
Não confunda o herpes simples com o herpes zóster (ou cobreiro), que é uma doença causada pelo vírus varicela-zóster, da catapora. Esses vírus são parentes (pertencem à família Herpesviridae), e até há certas características em comum entre eles. Mas só quem teve contato com o vírus da catapora é que tem herpes zóster.
Muita gente (mesmo) tem o vírus do herpes simples e não sabe. A maioria das pessoas adquire a infecção na infância, às vezes até de pais ou cuidadores. A transmissão é mais comum na fase ativa, ou seja, quando as bolhas aparecem, ou, principalmente, quando se rompem (já que o líquido interno é cheio de vírus). Mas também é possível transmitir a infecção sem ter nenhuma lesão ou vesícula aparente.
Também é comum que a primeira infecção seja assintomática, embora alguns indivíduos tenham febre, cansaço, dor de garganta e gânglios aumentados. Depois disso, o vírus fica para sempre no organismo, adormecido (latente), podendo se manifestar apenas quando ocorre uma queda na imunidade. Algumas pessoas nunca vão ter manifestações, ou seja, as lesões características na pele ou mucosa. Outras terão poucos ou diversos episódios ao longo da vida.
A exposição solar é um fator que pode predispor à ativação do herpes, bem como períodos de estresse psicológico intenso, falta de sono adequado, atividade física excessiva, tratamentos com imunossupressores, infecções ou cirurgias.
A dermatologista Lilian Akemi Ota ensina algumas medidas úteis para evitar as crises:
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