O uso da camisinha não é mais a única forma de evitar a infecção
Dr. Jairo Bouer Publicado em 01/12/2023, às 12h00
Nesta sexta-feira (1º) é celebrado o Dia Mundial de Lutra Contra Aids. E, mais de 40 anos depois do início da epidemia, o estigma e o preconceito continuam a ser barreiras importantes para que todos possam ter acesso às melhores práticas de prevenção e tratamento.
Muita coisa mudou nessas quatro décadas. Hoje temos tratamentos altamente efetivos, que permitem o controle completo do vírus HIV, tornando sua carga viral indetectável. Isso significa zero risco de transmissão, além de impedir que a pessoa desenvolva qualquer tipo de doença associada ao HIV.
Por isso, é muito importante que qualquer pessoa que se expôs a algum tipo de risco faça o teste! Se o teste vier positivo, é fundamental que o tratamento seja iniciado e, assim, em poucas semanas, o vírus deixa de circular pelo corpo. Ele fica indetectável.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que se 95% de todas as pessoas que vivem com o vírus souberem de sua condição, se 95% das que sabem tomarem remédio e se 95% dos que tomam medicamento ficarem indetectáveis, será possível praticamente eliminar a epidemia do HIV no mundo.
Além disso, em pleno século 21, é importante lembrar que a camisinha não é a única forma de prevenção. Hoje existem estratégias combinadas, ou seja, dentro de uma gama de alternativas a pessoa escolhe qual estratégia melhor se adapta a sua vida. Isso pode incluir testes periódicos, uso de medicamentos antivirais após uma exposição ao risco (PEP – profilaxia pós-exposição) ou antes (PrEP – profilaxia pré-exposição), para evitar que ela se infecte mesmo ao entrar em contato com o vírus.
Saiba, ainda, que os lubrificantes que facilitam a penetração, e diminuem o risco de pequenos ferimentos durante o sexo, também podem ajudar na redução do risco de infecção pelo HIV e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis).
Muitas tecnologias chegaram e vão continuar a chegar nesse campo de prevenção. Mas é central que as populações vulneráveis, como os homens que fazem sexo com homens e mulheres trans e travestis possam se ver livres de estigmas e preconceitos, que são barreiras importantes ao acesso às novas formas de prevenção e tratamento.
Neste Dia Mundial de Luta Contra Aids, é bom lembrar que a luta é de todos, homens, mulheres, independente de sua orientação e identidade sexual. Acesso à informação, prevenção e tratamento, além do combate aos estigmas e preconceitos, são os nossos aliados. Vamos juntos nessa?
Este conteúdo é uma parceria com KY.
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