Registros históricos sobre o tema, como pinturas e contos, existem desde o século XVI
Redação Publicado em 05/06/2021, às 15h00
O BDSM é um sigla para “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo” e ganhou notoriedade com o filme “Cinquenta Tons de Cinza”, baseado no best-seller e livro da autora britânica E. L. James.
O termo refere-se a algumas práticas em que os envolvidos encontram prazer na dor. No caso do Bondage, por exemplo, a pessoa normalmente está amarrada e submetida aos desejos do outro. Assim, o BDSM é considerado um fetiche – quando colocado em prática –, mas também pode ficar apenas na esfera da fantasia sexual.
No BDSM, existem diferentes níveis de intensidade da prática, que podem ir desde arranhões e xingamentos, até o uso de chicotes e mordaças. Confira algumas atitudes que caracterizam esse fetiche:
Ao contrário do que muita gente pensa, e apesar dos fetiches estarem cada vez mais populares, o BDSM não é uma novidade. Registros históricos – como pinturas e contos – mostram que essas práticas são descritas desde o século XVI e, provavelmente, são anteriores a esse período.
Um dos exemplos é o conto sobre Fílis e Aristóteles, que relata a história de uma mulher dominadora que seduziu e dominou um dos maiores intelectos masculinos de todos os tempos. Na narrativa, Fílis seduz Aristóteles e, como prova de amor, o obriga a ficar de quatro no chão do jardim para que ela cavalgue nas costas dele, enquanto o chicoteia e humilha verbalmente.
Vale lembrar que o BDSM é uma prática consentida e uma situação completamente diferente de alguma forma de violência sexual, na qual a pessoa amarra a outra contra a vontade e a submete a alguma fala de humilhação ou agressão. Para praticar o BDSM, é essencial que exista um acordo, limites, consentimento do casal e que seja prazeroso para ambos.
Confira:
O termo é derivado do latim “facticius”, que significa algo artificial ou inventado. Muito utilizado para denominar objetos em rituais de civilizações antigas, o fetiche é um objeto que se torna alvo de idolatria, ao qual se atribui propriedades mágicas ou sobrenaturais.
O fetiche sexual, portanto, é uma atração erótica por alguma parte do corpo, objeto ou funções fisiológicas, que acaba gerando um prazer sexual. Exemplos famosos são o salto alto, as famosas algemas e o fetiche por pés.
Esses objetos podem fazer parte da fantasia sexual, ou seja, ideias, imagens mentais e vontades que motivam o desejo sexual, e não necessariamente precisam ser colocadas em prática.
Através da análise de dados do Google, uma pesquisa feita pelo site Vivalocal , revelou os fetiches mais buscados no Brasil, combinando mais de 763 mil pesquisas mensais. Confira os campeões:
1- BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo): líder absoluto, com 201.000 pesquisas mensais.
2- Cuckold: com 110.000 pesquisas mensais, a prática é caracterizada pelo homem que sente prazer ao ver sua parceira se relacionando com outras pessoas.
3- Fantasias: esse desejo comum, que envolve o uso de roupas ou acessórios para encarnar um personagem, atingiu o número de 110.000 pesquisas no mês.
4- Swing: pesquisado 90.500 vezes no mês, o swing envolve o relacionamento com outros indivíduos ou com casais, com o consentimento de todos os envolvidos.
5- Látex/couro: Em 2020, foram contabilizadas 51.200 pesquisas mensais sobre esse fetiche, no qual o indivíduo fica excitado com a sensação ou cheiro do material.
Após revelar os principais fetiches do país, os pesquisadores procuraram saber em quais locais eles eram mais buscados. De acordo com os achados, o BDSM superou novamente todos os outros fetiches e fantasias na maioria das cidades.
Entre as capitais que têm o maior volume de buscas, como São Paulo e Rio de Janeiro, o BDSM, o uso de fantasias e o Swing ocupam o topo da lista. Além disso, o BDSM é o principal em todas as capitais brasileiras, menos em Manaus, que tem o Cuckold como o fetiche mais buscado em 2020.
De acordo com os pesquisadores, o Cuckold é uma prática em ascensão no Brasil, visto que as mulheres estão se permitindo mais, se envolvendo em outros relacionamentos e experimentando relações novas e mais casuais. Ou seja, a busca do sexo feminino por espaço na sociedade e para ter os mesmos direitos que os homens também se estende para a vida sexual.
Ainda durante o levantamento, foi possível descobrir particularidades de diversas cidades brasileiras. Porto Alegre, por exemplo, revelou interesse em conhecer mais o "cross dressing" – vestir roupas tidas como características do sexo oposto. Goiânia, por sua vez, apresentou uma busca crescente pelo sexo a três. Já João Pessoa, na Paraíba, surpreendeu e teve o polêmico "golden shower" – ou chuva dourada – entre os fetiches mais procurados no Google.
Não há dúvidas de que ter um fetiche não é algo incomum. Entretanto, é fundamental entender quais são os tipos, como as pessoas envolvidas querem experimentá-los e o quanto podem ser positivos ou negativos para o próprio indivíduo ou seu relacionamento.
Para muitas pessoas, os fetiches e fantasias são uma maneira saudável de estimular o desejo, porém o mais importante é haver segurança e consentimento de ambas as partes no momento de vivenciá-los. Isso significa que se um dos envolvidos não concordar com a prática, ou se ela provocar algum tipo de angústia física e mental, isso pode ser algo problemático.
Por isso, é tão importante saber como trazer os fetiches para o sexo da forma mais segura possível. Dessa maneira, se todos concordam, se sentem confortáveis e seguros em realizar aquela prática, tem tudo para ser uma boa experiência.
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