Assédio sexual sem contato físico também causa sofrimento, mostra estudo

Pesquisa norueguesa que envolveu 3.000 alunos mostra que meninas e meninos são igualmente expostos ao problema

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h50 - Atualizado em 12/10/2020, às 18h36

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Mesmo quando não envolve qualquer contato físico, um assédio sexual pode causar sintomas como ansiedade, depressão e baixa autoestima entre os jovens. É o que mostra um estudo realizado na Noruega com 3.000 alunos do ensino médio.

O trabalho, coordenado por pesquisadores do departamento de psicologia da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, mostrou que meninas e meninos são igualmente expostos ao assédio sexual sem contato físico. Isso inclui imagens ou comentários de cunho sexual em relação a aparência, comportamento ou orientação sexual, bem como receber atenção indesejada ou ser alvo de fofocas sobre sexo.

Entre os alunos entrevistados, 62% tinham sido alvo de uma situação desse tipo no ano anterior à pesquisa.

As meninas foram mais afetadas negativamente pelo assédio sexual do que os meninos, de acordo com os pesquisadores. Os resultados foram publicados no periódico International Journal of Public Health.

Como nem todo mundo encara gírias e insultos da mesma maneira, os pesquisadores pediram que os jovens relatassem apenas ações ou termos considerados ofensivos. Foram levados em conta outros fatores capazes de interferir no bem-estar, como ter pais separados ou desempregados, status de minoria sexual, de imigrante ou ter sofrido coação física ou agressão sexual antes da pesquisa.

A esquipe espera estudar, no futuro, possíveis práticas que ajudem a inibir o assédio sexual. Infelizmente, essa é uma cultura que está arraigada na nossa sociedade.

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