Em relação a quem trabalha até 40 horas por semana, os que têm jornadas de 49 a 54 horas registram um consumo 13% maior de bebida alcoólica
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h24 - Atualizado às 23h56
O trabalho avaliou um total de mais de 333 mil pessoas de 14 países diferentes. Ele foi coordenado pela professora Marianna Virtanen, do Instituo de Saúde Ocupacional da Finlândia. Os resultados foram publicados no periódio BMJ (British Medical Journal) e divulgados no jornal britânico Daily Mail.
Vários estudos já comprovaram que o estresse e as longas jornadas de trabalho fazem as pessoas com propensão a abusar do álcool beberem mais. E se, por um lado, degustar uma taça de vinho ajuda a relaxar após um dia cansativo, exagerar na dose pode ser sinal de problemas.
Mulheres que bebem mais do que 14 doses de bebida alcoólica por semana (ou seja, cerca de 14 taças de vinho ou latinhas de cerveja) e homens que consomem mais que 21 estão na faixa considerada de abuso. Eles têm maior risco de sofrer transtornos psiquiátricos, doenças do fígado, câncer e problemas cardiovasculares.
De acordo com o estudo, indivíduos que têm longas jornadas de trabalho tendem a consumir, em média, 11% mais álcool. Em relação a quem trabalha até 40 horas por semana, os que têm jornadas de 49 a 54 horas registram um consumo 13% maior de bebida alcoólica. E entre os que trabalham 55 horas ou mais, o consumo é 12% maior.
A principal autora do trabalho esclarece que não houve diferenças significativas entre homens e mulheres, nem entre faixas etárias e condições socioeconômicas diferentes. Ela também comenta que as empresas são um alvo importante para programas de prevenção ao álcool, uma vez que metade da população adulta trabalha.