Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h49 - Atualizado às 23h53
Você costuma coçar a cabeça ou outras partes do corpo quando está nervoso ou preocupado? Pois a coceira é um sinal de estresse para muitos primatas, inclusive humanos. E, segundo pesquisadores descobriram, a reação seria útil para evitar conflitos.
Uma pesquisa da Universidade de Portsmouth sugere que comportamentos associados à tensão podem ter evoluído como uma ferramenta de comunicação para ajudar na coesão social.
A equipe realizou observações detalhadas do comportamento de 45 macacos rhesus de um grupo de 200, em uma ilha em Porto Rico, ao longo de oito meses. Os pesquisadores descobriram que a mania de se coçar era frequente em situações de estresse, como diante da presença de um integrante do grupo com mais poder, ou de indivíduos que não eram do círculo social. E o comportamento reduziu significamente a probabilidade de o macaco em questão ser atacado.
De acordo com a equipe, a mania de se coçar seria compreendida pelo intruso como um sinal de estresse, fazendo com que esse desistisse de atacar, ou por achar desnecessário, ou por considerar que o estressado poderia reagir de forma imprevisível pelo excesso de tensão. A transparência, no final das contas, beneficia o grupo todo.
Os pesquisadores esperam que as descobertas levem a uma melhor compreensão do estresse e de como ele evoluiu nos seres humanos, além de ajudar no gerenciamento do estresse de animais de cativeiro. Os dados foram publicados no periódico Scientific Reports.