Estudo sugere forma simples de avaliar a disfunção sexual feminina

Mulheres com baixa variabilidade da frequência cardíaca também costumam ter problemas para se excitar, diz pesquisadora

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h28 - Atualizado às 23h56

-

A variabilidade da frequência cardíaca também pode ser um indicativo da disfunção sexual feminina, segundo um estudo feito na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

A variabilidade da frequência cardíaca se refere a diferenças no período de tempo entre batimentos cardíacos consecutivos. Segundo especialistas, essa é uma das medidas mais sensíveis da interação entre o sistema nervoso simpático (que ativa a chamada reação de luta ou fuga) e do sistema nervoso parassimpático (que regula ações inconscientes, como batimento cardíaco e respiração).

Quando esses dois sistemas, que formam o sistema nervoso autônomo, estão em equilíbrio, uma pessoa é capaz de se adaptar bem a mudanças fisiológicas ou ambientais sempre que necessário.

De acordo com a pesquisadora Amelia Stanton, a variabilidade da frequência cardíaca desempenha um papel na excitação sexual feminina, além de ser um marcador de que o coração está saudável e o corpo pode modular a pressão arterial adequadamente dentro de vários contextos. Isso porque a excitação depende, em grande parte, da pressão sanguínea nos órgãos genitais.

A pesquisadora e sua equipe analisaram dados de 72 mulheres com idade entre 18 e 39 anos. Elas tiveram a variabilidade da frequência cardíaca medida, assim como a função sexual avaliada enquanto assistiam a um vídeo comum e, em seguida, a um vídeo erótico.

Os pesquisadores descobriram que mulheres com média baixa de variabilidade da frequência cardíaca eram significativamente mais propensas a relatar disfunção sexual. Vale dizer que já existe uma associação entre essa medida e a disfunção erétil.

Stanton diz que os resultados não chegam a surpreender, já que a baixa variabilidade de frequência cardíaca também já foi associada a depressão, ansiedade e dependência de álcool. As informações foram publicadas no periódico Applied Psychophysiology and Biofeedback.

A pesquisadora acredita que o monitoramento dessa medida pode ser uma forma simples e não invasiva de se medir a disfunção sexual e avaliar o progresso de eventuais tratamentos.

comportamento sexo disfunção sexual excitação disfunção sexual feminina variabilidade da frequência cardíaca início