Trabalho com 1.165 jovens associa uso das substâncias a pior desempenho acadêmico e menor chance de ter bom emprego
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h49 - Atualizado às 23h53
Adolescentes que bebem e fumam maconha com frequência são menos propensos a ter bom desempenho acadêmico, emprego em período integral, maior potencial socioeconômico e até uma tendência menor a se casar. É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos.
O trabalho contou com 1.165 jovens, que foram monitorados a cada dois anos até chegarem a idades entre 25 e 34 anos. A maioria dos participantes que consumia álcool cronicamente tinha ao menos um membro da família alcoolista, o que mostra que eles já tinham uma propensão maior a se tornar dependentes.
Segundo os pesquisadores, o uso regular de álcool e maconha tem um efeito prejudicial para os jovens, que estão com o cérebro em desenvolvimento, e esse dano pode ter impacto na vida dos usuários mesmo décadas depois.
A equipe percebeu que o efeito foi mais deletério para os homens do que para as mulheres que consumiam as substâncias. Enquanto para eles o uso interferiu nos quatro quesitos avaliados, para as mulheres o comportamento não alterou a probabilidade de se casar e de conseguir um emprego em período integral.
O estudo ainda está em andamento, e os pesquisadores esperam analisar melhor as diferenças encontradas entre os sexos, bem como avaliar se há diferenças entre o consumo exclusivo de álcool ou de maconha. Os dados foram apresentados no Encontro Anual da Associação Americana de Saúde Pública, realizado em Atlanta.