Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h49 - Atualizado às 23h53
Por que as pessoas investem tanta energia, tempo e dinheiro em música? De acordo com muitos estudiosos, esse tipo de arte teria se desenvolvido através da seleção sexual. As habilidades motoras e cognitivas necessárias para fazer música seriam indicadores de bons genes e, assim, aumentariam o sucesso reprodutivo, assim como o canto de pássaros na época de acasalamento.
Com base nesse pressuposto, pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, decidiram investigar se a música é capaz de interferir na capacidade de alguém se sentir atraído por outra. A equipe apresentou trechos de músicas instrumentais com temas variados para um grupo de indivíduos heterossexuais. Eles também foram expostos a fotografias de possíveis candidatos a parceiro ou parceira, retratados com uma expressão neutra.
Havia três grupos de participantes: mulheres na fase fértil (quando o comportamento de busca por parceiro parece ser mais ativo), mulheres fora da fase fértil e homens. Todos tinham preferências musicais consideradas semelhantes. Os resultados mostraram que as participantes do sexo feminino classificaram os rostos masculinos como mais atraentes e estavam mais dispostas a sair com os caras das fotos quando eram expostas a música antes de ver as imagens. A fase do ciclo menstrual não fez muita diferença. E as músicas mais estimulantes e complexas fizeram mais efeito. Já para os homens a estratégia não funcionou.
Os pesquisadores esperam, no futuro, averiguar se a exposição à música pode ser útil para compensar a ausência de algum atributo físico. Outros estudos já mostraram que ela melhora a coesão social e também ajuda no relacionamento entre mãe e filho. Ainda existe um longo caminho a percorrer até que se comprovem esses conceitos. Mas, na dúvida, talvez valha a pena caprichar na trilha sonora antes de abordar uma garota.