Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h51 - Atualizado às 23h53
Compartilhar imagens e mensagens picantes pelo celular, prática conhecida como sexting, pode servir como estímulo para a vida sexual. Mas um estudo mostra que isso também pode comprometer outros aspectos importantes do relacionamento.
Pesquisadores das universidades de Alberta, no Canadá, Indiana e do Estado de Illinois, nos Estados Unidos, analisaram duas amostras representativas de adultos comprometidos, heterossexuais ou homossexuais, de diferentes idades, etnias e níveis de educação e renda. Ao todo, foram entrevistadas 615 pessoas.
A análise mostrou que quem envia fotos, vídeos e textos eróticos com frequência para o parceiro, ou seja, algumas vezes por semana ou diariamente, tende a relatar maior satisfação com a vida sexual do que quem não faz sexting ou envia apenas mensagens.
No entanto, aqueles que praticam sexting diariamente se mostraram muito menos satisfeitos em relação a outras questões – eles são mais inseguros e têm um nível menor de compromisso com o parceiro ou a parceira. Em outras palavras, eles são mais ambivalentes em relação ao relacionamento. Além disso, eles são mais propensos a consumir pornografia e a exibir comportamentos relacionados a infidelidade nas mídias sociais.
Os “hipersexters”, denominação que os autores usaram para quem envia textos e fotos eróticas todo dia, ou várias vezes ao dia, também são mais propensos a relatar que a tecnologia interfere na relação. Quer dizer: reclamam que o parceiro ou parceira está sempre na internet quando estão juntos.
O estudo, publicado na revista Computers in Human Behavior, é parte de um projeto maior, chamado Bem-Estar do Casal, que explora a dinâmica dos relacionamentos.
Lembre-se que deixar a tecnologia prevalecer sobre a relação a dois não dá certo: o outro se sente inseguro e negligenciado, e se vinga fazendo o mesmo, o que vira um ciclo vicioso. Será que em vez de se concentrar em textos e fotos sobre sexo não seria melhor investir na relação presencial?