Macacos não conseguem encontrar uma saída que beneficie os dois concorrentes de forma igualitária, como a gente faz
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h50 - Atualizado às 23h53
Encontrar uma solução que beneficie dois concorrentes em busca de um mesmo objetivo é algo que nos diferencia dos primatas, segundo um estudo publicado no Journal of Economic Behavior & Organization.
Pesquisadores do departamento de psicologia da Universidade do Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, descobriram que duas espécies de primatas – os macacos Rhesus e os capuchinhos – são capazes de encontrar uma solução para estabilizar um jogo competitivo, mas um dos animais sempre acaba levando a melhor.
Só os humanos, segundo os psicólogos, conseguem encontrar uma saída que beneficie os dois concorrentes de forma igualitária. Para isso, nossa espécie utiliza a cooperação. Essa noção revela muito sobre como o processo de tomada de decisão evoluiu ao longo do tempo.
Os pesquisadores realizaram uma série de experimentos, com base na Teoria dos Jogos. Foram criadas situações em que os competidores podiam usar apenas dois tipos de estratégia. A primeira resultava em um prêmio maior, mas se ambos usassem a mesma arma o prêmio ficava retido. Já se ambos adotassem a segunda, o prêmio era menor.
Ambas as espécies de macacos chegaram a uma solução de estabilidade rápido, mas o equilíbrio era sempre assimétrico: um ganhava o prêmio maior e o outro, o menor. Apenas os humanos foram capazes de encontrar um equilíbrio alternativo – eles se revezaram nas estratégias para que, no final, ambos recebessem um prêmio parecido.
Essa capacidade de encontrar soluções alternativas por meio da cooperação pode significar que nossa espécie enfrentou desafios únicos ao longo da evolução. Mas, infelizmente, nem todos os humanos gostam de ser diplomáticos.