Pesquisadores afirmam que o hábito, especialmente na adolescência, ajuda a melhorar o relacionamento entre pais e filhos
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h53 - Atualizado às 23h53
Muitos pais sabem que é importante manter a intimidade com os filhos, mas alguns deles reclamam que os adolescentes nem sempre estão dispostos a conversar com eles. Um grupo de pesquisadores traz uma sugestão que pode ajudar: ouça música junto com eles. Isso significa que cada um deve deixar os fones de ouvido de lado, de vez em quando, e ligar o rádio do carro ou o som de casa para ouvir a mesma coisa.
Segundo o estudo, feito na Universidade do Arizona e publicado no the Journal of Family Communication, jovens de ambos os sexos que tinham o hábito de ouvir música com os pais durante a infância e, especialmente, a adolescência tendem a ter um relacionamento melhor com eles ao chegar na idade adulta.
Os pesquisadores entrevistaram jovens com 21 anos de idade, em média, para saber como se relacionavam com os pais e com que frequência ouviam música, saíam para shows ou concertos ou tocavam instrumentos com eles na infância e na adolescência. Aqueles que relataram fazer isso de forma regular foram também os que afirmaram se dar melhor com o pai e/ou a mãe.
A equipe diz que o hábito é até comum quando o filho é criança, mas torna-se mais raro na adolescência – época que, segundo os pesquisadores, ouvir música junto pode ter um efeito ainda mais pronunciado no relacionamento.
Os autores do trabalho contam que a música ajuda muito a aproximar as pessoas, pois estimula uma sincronia que começa no canto e no ritmo, além de gerar emoções positivas. Isso já foi comprovado em pesquisas anteriores, inclusive com relacionamentos românticos.
O problema, é claro, é que o gosto musical de pais e filhos costuma ser bem diferente. É importante que, nessa hora, os mais velhos tenham cabeça aberta para ouvir o que os jovens curtem, em vez de querer impor só o que eles consideram música de qualidade. Com o tempo e a sintonia, é bem provável que apareçam preferências em comum.