Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h52 - Atualizado às 23h53
Mulheres que tomam a iniciativa para transar tendem a se arrepender menos depois de uma noite de sexo casual. É o que mostra um estudo realizado por psicólogos da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega em parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
A mesma equipe já tinha concluído, em um estudo anterior, que mulheres são mais propensas a acordar no “dia seguinte” com sensação de “ressaca moral” do que os homens. E o curioso é que os resultados obtidos na Noruega, um país considerado igualitário, foram semelhados aos observados nos Estados Unidos, que é mais conservador para essas questões.
Os pesquisadores decidiram investigar melhor em quais situações as mulheres são mais ou menos propensas a se arrepender. E eles perceberam que isso raramente acontece quando elas é quem dão o primeiro passo durante o encontro. Já para os homens, a iniciativa não interfere nessa tendência. O trabalho contou com 547 estudantes noruegueses e 216 norte-americanos de ambos os sexos.
De acordo com os psicólogos, as mulheres que tomam a dianteira costumam ser mais bem resolvidas em relação à própria sexualidade, o que já é um fator de proteção contra arrependimentos no dia seguinte. Em segundo lugar, quando elas dão em cima do cara é porque realmente estão interessadas, o que colabora com a sensação de que a noite valeu a pena.
As mulheres também são menos propensas a se sentir mal no dia seguinte quando o cara demonstra ter habilidade, e quando elas chegam ao orgasmo. Embora isso pareça óbvio, os pesquisadores não encontraram essa conexão para os homens, como mostra o artigo da equipe no periódico Personality and Individual Differences.
Por último, o estudo também revelou que é mais comum às mulheres sentirem nojo depois de “transar só por transar”, e esse seria um fator chave para se arrependerem ou não. A sensação, alertam os pesquisadores, é importante porque pode nortear futuras decisões sobre ir ou não para a cama.
Os dados são interessantes porque indicam que essa relação mais complicada com o sexo casual pode não ter a ver só com machismo e outros aspectos culturais. Para os psicólogos, como os resultados são parecidos nos dois países, é mais provável que as razões por trás do arrependimento feminino tenham fundo biológico. Como para as mulheres o sexo pode envolver um investimento maior, como nove meses de gravidez, é possível que esse mal-estar já tenha sido útil para selecionar parceiros mais colaborativos ao longo da evolução. Por enquanto, isso ainda é só uma teoria. Mais estudos são necessários para confirmar a ideia.