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Quer controlar seu orgasmo? Conheça o “edging”

É possível retardar o orgasmo? - iStock
É possível retardar o orgasmo? - iStock

José Roberto Miney Publicado em 16/05/2021, às 16h03

O termo edging tem estado na moda em sites de “bem-estar sexual”, que destacam a capacidade de essa técnica proporcionar sucessivas sensações de “quase orgasmo” e “orgasmos mais intensos”. No entanto, trata-se de um recurso criado há mais de cinquenta anos para quem tem ejaculação precoce.

O que é a técnica de edging e para que serve?

De acordo com a ISSM (International Society for Sexual Medicine – Sociedade Internacional de Medicina Sexual), em resposta avalizada por médicos do Comitê de Comunicação da instituição, edging (“ficar no limite”, em tradução livre) é uma prática sexual que permite atrasar o orgasmo. Algumas pessoas acham que essa técnica torna o orgasmo mais intenso, uma vez que ele ocorre.

Edging se diferença de carezza, porque nessa última o orgasmo não é prioritário. Na primeira técnica, ao contrário, o orgasmo é o foco, ou, em outras palavras, o controle da ejaculação, sobretudo nos casos em que ela ocorre de forma precoce.

Com essa condição em vista, o médico James H. Semans publicou um artigo em 1956, no Journal of Sexual Medicine, um método que denominou de “start-stop” (literalmente, “começar-parar”) para ajudar as pessoas a demorar mais tempo antes de atingir o orgasmo.

Como se pratica o edging?

As técnicas do start-stop e de edging seguem fundamentalmente os mesmos padrões:

  • A pessoa vai num crescendo sexual, quase ao ponto do orgasmo (“o limite”).
  • A estimulação é então interrompida por cerca de 30 segundos, a fim de evitar que se chegue ao clímax
  • Após esse intervalo, a estimulação é retomada, até atingir o “limite” novamente, e assim sucessivamente.

As etapas continuam até que se queira atingir o orgasmo.

Mas é importante lembrar o seguinte: não existe “orgasmo normal”. Cada pessoa sente o prazer sexual à sua maneira. Há quem tenha prazer em evitar o orgasmo. Há quem não se importe em “chegar lá” rapidamente.

Nesse último caso, se a experiência envolver uma outra parte e ela se incomodar com isso, talvez seja o caso de discutir abertamente a questão e encontrar uma solução conjunta.

VOCÊ PODE PRATICAR O EDGING SEM COMPANHIA

Especialistas em sexualidade e terapeutas sexuais estão de acordo em um ponto: Muitos estudos e publicações especializadas concordam que um dos melhores indicadores de uma vida sexual satisfatória é se masturbar e se autoexplorar 

Se alguém não conhecer o próprio corpo e praticar diferentes técnicas, poderá afetar sua satisfação pessoal, sua saúde e seu relacionamento sexual com outra pessoa.

VOCÊ PODE PRATICAR O EDGING ACOMPANHADO

Nesse caso, o mais importante a considerar é: fazer sexo com outra pessoa tem de ser bom e proporcionar prazer para ambos. Senão, seria cada um buscando o seu próprio prazer individual (então, para que a outra pessoa?), ou, então, uma pessoa tendo prazer e a outra, não.

Então, usar a técnica de edging numa situação a dois, seja porque um chega lá rápido demais, seja porque se tem prazer retardando o orgasmo, para ser satisfatório para o par, precisa de consentimento mútuo.

O edging traz riscos para a saúde?

Segundo sites de saúde sexual, o edging é geralmente seguro e não causa efeitos colaterais que permaneçam por muito tempo.

Em alguns casos, raros, pode causar hipertensão epididimal ou “bolas azuis”, como a condição é popularmente conhecida. É caracterizada por dor nos testículos devido à excitação sexual que não resulta em orgasmo.

A hipertensão epididimal pode fazer com que os testículos adquiram uma coloração azulada. Outros sintomas incluem dor e peso na região, por causa da restrição do fluxo sanguíneo do pênis. Embora não existam muitos estudos a respeito, pode em muitos casos ser resolvida provocando a ejaculação.

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