Técnica foi desenvolvida para ejaculação precoce, que atinge de 2% a 23% dos homens
José Roberto Miney Publicado em 16/05/2021, às 16h03
O termo edging tem estado na moda em sites de “bem-estar sexual”, que destacam a capacidade de essa técnica proporcionar sucessivas sensações de “quase orgasmo” e “orgasmos mais intensos”. No entanto, trata-se de um recurso criado há mais de cinquenta anos para quem tem ejaculação precoce.
De acordo com a ISSM (International Society for Sexual Medicine – Sociedade Internacional de Medicina Sexual), em resposta avalizada por médicos do Comitê de Comunicação da instituição, edging (“ficar no limite”, em tradução livre) é uma prática sexual que permite atrasar o orgasmo. Algumas pessoas acham que essa técnica torna o orgasmo mais intenso, uma vez que ele ocorre.
Edging se diferença de carezza, porque nessa última o orgasmo não é prioritário. Na primeira técnica, ao contrário, o orgasmo é o foco, ou, em outras palavras, o controle da ejaculação, sobretudo nos casos em que ela ocorre de forma precoce.
Com essa condição em vista, o médico James H. Semans publicou um artigo em 1956, no Journal of Sexual Medicine, um método que denominou de “start-stop” (literalmente, “começar-parar”) para ajudar as pessoas a demorar mais tempo antes de atingir o orgasmo.
As técnicas do start-stop e de edging seguem fundamentalmente os mesmos padrões:
As etapas continuam até que se queira atingir o orgasmo.
Mas é importante lembrar o seguinte: não existe “orgasmo normal”. Cada pessoa sente o prazer sexual à sua maneira. Há quem tenha prazer em evitar o orgasmo. Há quem não se importe em “chegar lá” rapidamente.
Nesse último caso, se a experiência envolver uma outra parte e ela se incomodar com isso, talvez seja o caso de discutir abertamente a questão e encontrar uma solução conjunta.
VOCÊ PODE PRATICAR O EDGING SEM COMPANHIA
Especialistas em sexualidade e terapeutas sexuais estão de acordo em um ponto: Muitos estudos e publicações especializadas concordam que um dos melhores indicadores de uma vida sexual satisfatória é se masturbar e se autoexplorar
Se alguém não conhecer o próprio corpo e praticar diferentes técnicas, poderá afetar sua satisfação pessoal, sua saúde e seu relacionamento sexual com outra pessoa.
VOCÊ PODE PRATICAR O EDGING ACOMPANHADO
Nesse caso, o mais importante a considerar é: fazer sexo com outra pessoa tem de ser bom e proporcionar prazer para ambos. Senão, seria cada um buscando o seu próprio prazer individual (então, para que a outra pessoa?), ou, então, uma pessoa tendo prazer e a outra, não.
Então, usar a técnica de edging numa situação a dois, seja porque um chega lá rápido demais, seja porque se tem prazer retardando o orgasmo, para ser satisfatório para o par, precisa de consentimento mútuo.
Segundo sites de saúde sexual, o edging é geralmente seguro e não causa efeitos colaterais que permaneçam por muito tempo.
Em alguns casos, raros, pode causar hipertensão epididimal ou “bolas azuis”, como a condição é popularmente conhecida. É caracterizada por dor nos testículos devido à excitação sexual que não resulta em orgasmo.
A hipertensão epididimal pode fazer com que os testículos adquiram uma coloração azulada. Outros sintomas incluem dor e peso na região, por causa da restrição do fluxo sanguíneo do pênis. Embora não existam muitos estudos a respeito, pode em muitos casos ser resolvida provocando a ejaculação.
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